Bolsa 25/02940-8 - Iconografia, Iconologia - BV FAPESP
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Os cordões de rosas da Virgem Maria: Nossa Senhora do Rosário e as comunidades africanas da Capitania de Minas Gerais e Portugal

Processo: 25/02940-8
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Estágio de Pesquisa - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de maio de 2025
Data de Término da vigência: 30 de abril de 2026
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Artes - Fundamentos e Crítica das Artes
Pesquisador responsável:Angela Brandão
Beneficiário:Luciana Braga Giovannini
Supervisor: Teresa Leonor Magalhaes do Vale
Instituição Sede: Escola de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (EFLCH). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Guarulhos. Guarulhos , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: Universidade de Lisboa, Portugal  
Vinculado à bolsa:23/11494-6 - Os cordões de rosas da Virgem Maria: Nossa Senhora do Rosário e as comunidades africanas da Capitania de Minas Gerais, BP.PD
Assunto(s):Iconografia   Iconologia   História da arte
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Arte colonial luso-brasileira | comunidades africanas | iconografia | Iconologia | Nossa Senhora do Rosário | Objetos devocionais | História da Arte

Resumo

O projeto de pesquisa tem como objetivo investigar as origens e a história da devoção à Virgem do Rosário e das Confrarias do Rosário dos Homens Pretos em Portugal, analisando suas diversas representações. O título "Nossa Senhora do Rosário" e as "Confrarias do Rosário" foram estabelecidos na Europa no contexto dos conflitos religiosos que antecederam os movimentos da Reforma Protestante e da Contrarreforma. Ainda em 1460, a Ordem dos Dominicanos recuperou e adaptou a prática religiosa medieval de recitar o rosário, como parte de seus esforços para combater heresias e converter populações não cristãs. Pouco tempo depois, a Confraria do Rosário dos Pretos, composta por africanos e afrodescendentes, foi criada no Mosteiro de São Domingos de Lisboa por volta de 1480, e o Estatuto que regia a Irmandade serviu como modelo para outras confrarias criadas no espaço luso-brasileiro. Com o intuito de aprofundar a pesquisa que já vem sendo realizada no Brasil, por meio da Bolsa de Pós-doutorado FAPESP (processo nº 2023/11494-6) pretendemos investigar a origem das congregações religiosas dos Homens Pretos e as tradições iconográficas preservadas em Portugal. Nosso principal objetivo é compreender a diversidade do repertório de imagens presente na decoração dos templos no Brasil, mais especificamente aqueles mineiros erguidos pelas Irmandades do Rosário dos Homens Pretos, conhecer seus significados e verificar as permanências e variações iconográficas ao longo do tempo. Nesse âmbito, partindo da perspectiva da História da Arte, realizaremos um estudo comparativo entre os objetos artísticos e devocionais produzidos para o culto à Virgem do Rosário em Minas Gerais e Portugal, como rosários, oratórios, bandeiras processionais, pinturas, esculturas, gravuras e Registros de Santos. O projeto de pesquisa em execução no Programa de Pós-Graduação em História da Arte da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), sob a supervisão da Profa. Dra. Angela Brandão e com apoio da FAPESP, tem investigado a iconografia de Nossa Senhora do Rosário e sua relação com as concepções culturais e religiosas relativas ao culto à Virgem e ao Menino em Minas Gerais, no período colonial. Durante os estudos, temos observado que as obras de arte realizadas para o culto ao Rosário de Nossa Senhora na Capitania de Minas Gerais estão conectadas a diversos tipos iconográficos, produzidos na Europa a partir do século XV. Esses símbolos devocionais foram amplamente difundidos por meio de gravuras, litanias marianas, Registros de Santos e outros objetos de grande circulação no espaço luso-brasileiro. Nesse contexto, constatamos que a iconografia foi assimilada, reinterpretada e adaptada pelos artistas portugueses e mineiros, que trabalharam na região mineradora, a partir de seus referenciais artísticos e culturais. Essa conexão entre as obras de arte produzidas em Minas Gerais e o conjunto de imagens difundido por meio de gravuras impressas e diversos artefatos religiosos, revela a importância de conhecer mais profundamente a história do culto e a origem da Confraria do Rosário dos Homens Pretos em Portugal. Apesar de as congregações religiosas terem sido transferidas de Portugal para a colônia portuguesa na América no período da colonização, as irmandades do Rosário dos Homens Pretos em Minas Gerais apresentam diferenças significativas em relação às confrarias portuguesas. Essas distinções, provavelmente, impactaram as escolhas iconográficas para a decoração das capelas mineiras, que se caracterizam pela grande diversidade de temas. Contudo, apenas um estudo comparativo aprofundado, como estamos propondo nesta etapa do projeto de pesquisa, entre o vasto repertório iconográfico da Virgem do Rosário produzido em Minas Gerais e Portugal, poderá esclarecer essas diferenças e suas implicações, ressaltando as influências sociais, culturais e artísticas que moldaram essas representações em diferentes territórios do Império Português.

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