Em busca de ações e soluções lideradas pelas comunidades locais para a Segurança Alimentar-Hídrica-Fundiária no Pará, Amazônia brasileira.

• Processo: 25/04714-5
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de maio de 2025
• Data de Término da vigência: 30 de abril de 2027
• Área de conhecimento: Interdisciplinar
• Pesquisador responsável: Mateus Batistella
• Beneficiário: Guilherme de Sousa Lobo
• Instituição Sede: Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais (NEPAM). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
• Vinculado ao auxílio: 23/12425-8 - Confrontando o Colonialismo Verde - Ação e Soluções Lideradas por Indígenas e Comunidades Locais para a Segurança Alimento-Água-Terra, AP.R
• Assunto(s): Amazônia Bioeconomia Ecologia humana Mudança climática
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Amazonia | bioeconomia | Comunidades Ribeirinhas | Ecologia humana | Mudanças Climáticas | Soluções Inovadoras | Bioeconomia na Amazônia

Resumo

As comunidades locais estão na linha de frente dos impactos das mudanças climáticas, mas também possuem o conhecimento e a liderança necessária para desenvolver soluções visando a segurança alimentar, hídrica e territorial. Seus territórios, de grande diversidade ecológica e cultural, abrigam mais de 80% da biodiversidade mundial e estão cada vez mais vulneráveis às mudanças climáticas. Comunidades locais, como as tradicionais ribeirinhas amazônicas, frequentemente não têm acesso a recursos essenciais para enfrentar eventos extremos e desastres climáticos recorrentes, como inundações e secas prolongadas. Além disso, o desenvolvimento de grandes projetos hidrelétricos, por exemplo, tem resultado na degradação e perda de recursos hídricos e alimentares. Muitas comunidades também enfrentam deslocamentos forçados e danos a suas práticas culturais, como a agricultura em pequena escala e o extrativismo, fundamentais para a segurança alimentar e seus modos de vida. Embora sejam vulneráveis a tais conflitos socioambientais, as soluções que surgem a partir da liderança de comunidades locais desempenham um papel crucial na mitigação e adaptação desses desafios da Amazônia, especialmente as iniciativas da sociobioeconomia. A sociobioeconomia refere-se à economia da floresta e de sua sociobiodiversidade, valorizando a equidade e a geração de riqueza a partir da diversidade biocultural da região, com forte protagonismo de povos indígenas e comunidades locais. Diante do cenário causado por atividades antrópicas e o potencial da sociobioeconomia, é urgente a identificação de soluções baseadas no conhecimento de comunidades locais para garantir a segurança energética, alimentar e hídrica. Este projeto de pós-doutorado examinará soluções da sociobioeconomia aos conflitos que envolvem o impacto das mudanças climáticas e fatores intensificadores, como a implementação de grandes obras de infraestrutura. Essa investigação interdisciplinar ocorrerá em bacias localizadas no Estado do Pará -Xingu e Tapajós, por exemplo- e abordará cinco eixos principais: (1) mapear o perfil e a distribuição geográfica das iniciativas lideradas por comunidades locais em polos de produção da sociobioeconomia; (2) analisar as vulnerabilidades da sociobioeconomia diante das mudanças climáticas e do uso da terra, utilizando geotecnologias para identificar padrões espaciais; (3) investigar as soluções da sociobioeconomia, considerando os desafios impostos pelas mudanças climáticas e pelo uso da terra; (4) explorar a transferibilidade dessas soluções em diferentes escalas locais e regionais, tanto em termos políticos quanto práticos; e (5) implementar estratégias de disseminação dos resultados, fortalecendo redes de colaboração e disponibilizando ferramentas acessíveis para comunidades e agentes públicos