Bolsa TT3: Mecanismos de facilitação em bancos de rodolitos: da formação a promoção da biodiversidade associada

• Processo: 25/21911-9
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Programa Capacitação - Treinamento Técnico
• Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2025
• Data de Término da vigência: 31 de outubro de 2027
• Área de conhecimento: Ciências Biológicas - Botânica
• Pesquisador responsável: Guilherme Henrique Pereira Filho
• Beneficiário: Alice Mendonça Oliveira Moura Lima
• Instituição Sede: Instituto do Mar (IMar). Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP). Campus Baixada Santista. Santos , SP, Brasil
• Vinculado ao auxílio: 24/18865-2 - Mecanismos de facilitação em bancos de rodolitos: da formação a promoção da biodiversidade associada, AP.R
• Assunto(s): Ecologia marinha
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: algas calcárias | comunidades bentônicas | Ecologia Marinha | Macroalgas marinhas | Rodolito | Ecologia de Macroalgas

Resumo

A proposta tem como objetivo investigar os mecanismos pelos quais os rodolitos, estruturas calcárias formadas por algas coralinas, desempenham um papel essencial na facilitação e promoção de habitats marinhos, incluindo as chamadas cascatas de facilitação. Os rodolitos são frequentemente descritos como "engenheiros ecossistêmicos", pois modificam o ambiente ao criar estruturas tridimensionais que favorecem a alta diversidade de espécies associadas aos habitats por eles formados (i.e. bancos de rodolitos). Apesar do reconhecimento de sua importância, ainda existem lacunas sobre como essa facilitação ocorre em diferentes escalas espaciais e temporais, quais são as interações biológicas específicas envolvidas e como as mudanças ambientais, como o aumento da temperatura e da acidificação dos oceanos, podem afetar essas dinâmicas. A proposta de pesquisa, liderada pelo Dr. Pereira-Filho, busca preencher essas lacunas, baseando-se em uma longa trajetória de estudos no tema. O proponente já liderou projetos apoiados pela FAPESP que abordaram a biodiversidade de habitats recifais, incluindo estudos detalhados sobre a dinâmica de bancos de rodolitos e sua importância ecológica. Esses estudos forneceram uma base sólida para a formulação das questões centrais desta proposta, que visam entender mais detalhadamente alguns dos mecanismos pelos quais os rodolitos promovem a biodiversidade em ambientes marinhos. A pesquisa pretende combinar abordagens experimentais de campo e análises laboratoriais para identificar as espécies associadas aos rodolitos, quantificar a diversidade biológica dessas comunidades e determinar como variáveis ambientais influenciam os mecanismos envolvendo a facilitação promovida por essas espécies fundadoras. Serão realizadas coleta de material principalmente nos bancos recém descobertos no Estado de São Paulo, utilizaremos então técnicas de metabarcode para a composição das comunidades biológicas com maior precisão, bem como suas interações ecológicas. Além disso, o estudo avaliará o impacto das mudanças climáticas e da degradação ambiental sobre as algumas funções ecossistêmicas dos rodolitos. Modelos experimentais em laboratório serão utilizados para simular condições de acidificação oceânica e aquecimento, com o objetivo de observar como esses fatores influenciam a capacidade dos rodolitos de sustentar a biodiversidade associada. A pesquisa proposta tem relevância não apenas para o avanço do conhecimento científico, mas também para a formação de recursos humanos especializados em ecologia marinha, área em que o proponente tem atuado ativamente. A proposta se destaca por sua abordagem inovadora e multidisciplinar, que combina experimentação de campo, análises moleculares e uso de ferramentas das geociências para investigar os mecanismos pelos quais os rodolitos se formam e modulam a biodiversidade local/regional. A relevância dessa pesquisa está não só em preencher lacunas críticas no conhecimento científico, mas também em gerar informações essenciais para a conservação e manejo de ecossistemas marinhos ameaçados por atividades antrópicas. (AU)