O efeito da heterogeneidade espacial do registro fóssil na inferência da assimetria do Grande Intercâmbio Biótico Americano

• Processo: 25/21858-0
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado
• Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2025
• Data de Término da vigência: 30 de setembro de 2026
• Área de conhecimento: Ciências Biológicas - Ecologia
• Pesquisador responsável: Tiago Bosisio Quental
• Beneficiário: Thaís Gomes Piazza Faria
• Instituição Sede: Instituto de Biociências (IB). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Vinculado ao auxílio: 21/06780-4 - Os mecanismos que controlam a biodiversidade em tempo profundo em escalas local, regional e global, AP.BTA.JP2
• Assunto(s): Dispersão Diversificação Mamíferos Macroevolução
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: dispersão | Diversificação | Mamíferos | Macroevolução

Resumo

O Grande Intercâmbio Biótico Americano é descrito na literatura como um dos maiores experimentos biológicos conhecidos na história recente da Terra. Ele consiste em pulsos migratórios entre as biotas da América do Sul e do Norte, principalmente após a formação do Istmo do Panamá nos últimos 2 milhões de anos. Uma característica marcante desse intercâmbio é o resultado assimétrico nas biotas passadas e presentes dos dois continentes, com a América do Sul abrigando mais linhagens migrantes do Norte do que o oposto. Várias hipóteses relacionadas a taxas diferenciais de imigração, extinção e especiação foram propostas para explicar esse padrão assimétrico. Recentemente, elas foram testadas utilizando ocorrências fósseis com sofisticados métodos quantitativos especialmente desenvolvidos para levar em consideração vários aspectos da incompletude do registro fóssil, com um foco particular na heterogeneidade temporal das ocorrências. No entanto, preocupações recentes relacionadas ao efeito da heterogeneidade espacial das ocorrências ainda precisam ser investigadas. Especificamente, existem diferenças importantes na área amostrada por ocorrências fósseis das Américas do Sul e do Norte, o que pode impactar a inferência das taxas de especiação e extinção, devido à relação espécie-área. Além disso, um estudo recente sugere que linhagens nativas do norte e do sul apresentam uma assimetria nas distâncias adentradas em seus respectivos continentes estrangeiros a partir do Istmo do Panamá, o que também pode influenciar nossa capacidade de estimar adequadamente suas taxas de migração. Nós usaremos dados de ocorrências do registro fóssil de mamíferos juntamente com métodos de ponta, que levam explicitamente em consideração os vieses espaciais do registro fóssil, para reavaliar as diferentes hipóteses propostas para a assimetria migratória biótica vista hoje nas Américas.