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Autobiografia e identidade nacional no século XIX: um contraponto entre a América Hispânica e o Brasil

Processo: 08/01422-8
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2008
Data de Término da vigência: 31 de julho de 2009
Área de conhecimento:Ciências Humanas - História - História Moderna e Contemporânea
Pesquisador responsável:Maria Stella Martins Bresciani
Beneficiário:Michelle Schreiner Lima
Instituição Sede: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:autobiografia | Domingo Faustino Sarmiento | França - século XIX | História e Literatura Latino-americanas - século XIX | Identidade Nacional | josé de alencar | História do Pensamento Político

Resumo

O estudo proposto quer realizar um contraponto entre as autobiografias de Domingo Faustino Sarmiento e José de Alencar, com o intuito de refletir sobre os fundamentos e significados deste gênero literário no processo de formação da identidade nacional argentina e brasileira no século XIX. Tal cotejo possibilita, por um lado, retomar o debate teórico sobre a importância da autobiografia na América Latina como um veículo para a história das novas nações independentes; e por outro, problematizar, a partir do texto autobiográfico - tendo como referência "Mi Defensa" (1843) e "Recuerdos de Provincia" (1850), de Sarmiento, e "Como e porque sou romancista" (1873), de José de Alencar - as fronteiras da memória que nos auxilia a compreender a argumentação e os interesses políticos dos autores na reconstrução do passado e em suas ações presentes. Conforme salientado por estudiosos como Sylvia Molloy (1991; 1996), embora o autor argentino seja um exemplo clássico, outros escritores hispano-americanos recorreram às suas lembranças e experiências de vida para narrar a história dos novos povos e nações em formação. Entretanto, se a evocação das imagens da pátria em relação à história de vida pessoal do autor abunda na América espanhola pós-colonial, ela praticamente inexiste no Brasil. Ainda que a procura de uma identidade nacional tenha perpassado toda a literatura brasileira desde a independência política em 1822, a autobiografia não teria sido utilizada na construção da história e da memória nacional deste país. A hipótese a ser investigada no pós-doutorado é a de que, apesar de ser considerado pelos críticos um autor nacionalista, tendo feito do índio o agente ideal do pensar a nacionalidade e identificar uma origem mítica e idealizada do passado, José de Alencar, como a grande maioria dos literatos brasileiros de seu tempo, não se reconhece nesses elementos tipicamente nacionais. Neste sentido, a escolha dos autores se justificaria em função do papel importante que exerceram na constituição do repertório de imagens e representações do nacional, quer em suas atuações políticas, quer no conjunto de suas obras críticas e ficcionais, muito embora Alencar tenha deixado de lado esta preocupação no momento da recomposição de suas memórias enquanto Sarmiento se tornava "um exemplo maior" desta ideia ao fazer das suas experiências particulares a história da moderna nação argentina (Molloy, 1996: 460-61). Vale lembrar que Sarmiento foi profundamente influenciado pelas fontes europeias do nacionalismo que então circulavam e era dominante nas sociedades americanas, sendo impossível negar sua adesão explícita às teorias e hipóteses do historiador francês Jules Michelet, nosso objeto de estudo no mestrado (Schreiner, 2001) e no doutorado (Schreiner, 2005). (AU)

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