Resumo
A Síndrome Metabólica representa um grande problema de saúde pública, caracterizada por um conjunto de distúrbios metabólicos que levam a um aumento no risco de acometimentos cardiovasculares. Cada vez mais surgem evidências indicando que variações fisiológicas na sensibilidade aos glicocorticóides podem contribuir para o aparecimento destes fatores de risco. A Síndrome de Cushing, conhecido distúrbio caracterizado por um hipercortisolismo, apresenta distúrbios metabólicos semelhantes aos da Síndrome Metabólica, indicando mais uma vez que a ação dos glicocorticóides, tanto por alterações no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal como pela sensibilidade periférica ao glicocorticóide, parece ser determinante no desenvolvimento das características compartilhadas por ambas as síndromes, como a obesidade e a resistência à insulina. No presente estudo avaliaremos a sensibilidade central e periférica aos glicocorticóides em 20 pacientes com Síndrome Metabólica, 20 com Síndrome de Cushing, comparadas com 20 indivíduos saudáveis, pareados por sexo e idade. Avaliaremos parâmetros antropométricos (cintura abdominal, peso, estatura e IMC) e, no sangue periférico, realizaremos a análise bioquímica dos indivíduos (glicemia, insulina, adiponectina, leptina e lipidograma) além das concentrações de cortisol salivar no basal e após teste da inibição do eixo HPA por diferentes doses de dexametasona. DNA será extraído e avaliaremos as freqüências alélicas dos diferentes polimorfismos do gene do receptor de glicocorticóide (NR3C1). Ainda, em tecido adiposo visceral e periférico, analisaremos a expressão das isoformas da 11beta HSD tipos 1 e 2 e as isoformas do receptor de glicocorticóide por PCR em tempo real. Diferenças entre os grupos serão analisadas por métodos não paramétricos teste de Mann-Whitney e teste exato de Fisher. Correlações serão calculadas pelo teste de Spearman. O nível de significância adotado será p<0,05. (AU)
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