Resumo
Em países tropicais como o Brasil, a radiação solar é responsável por importante parcela da carga térmica dos edifícios e, conseqüentemente, pelo aumento do consumo de energia em edificações climatizadas ou o desconforto térmico em edifícios não-condicionados. A utilização de revestimentos refletivos no envelope construtivo, na sua maioria de cores claras, é uma das maneiras mais eficazes para minimizar esses efeitos. Buscando-se obter maior gama de cores para esses revestimentos, mas com características de reflexão semelhantes ás cores claras, materiais refletivos coloridos estão em desenvolvimento, apresentando alta refletividade a radiação solar e alta emissividade ao infravermelho. Esses materiais são conhecidos como seletivos e entre eles as tintas seletivas têm se mostrado muito eficientes para reduzir os ganhos de calor solar em edificações, principalmente quando aplicadas em coberturas. No Brasil, os poucos fabricantes dessas tintas não apresentam dados precisos com relação a reflexão e emissão de calor de seus produtos, promovendo o uso equivocado desses materiais. Buscando caracterizar o comportamento térmico desses materiais, tintas seletivas disponíveis no mercado brasileiro para pintura de telhados serão avaliadas nesta pesquisa, que será dividida em três etapas principais: medições de refletância e emissividade em laboratório, monitoramento de temperaturas superficiais de chapas pintadas expostas ao Sol e simulação computacional de edificações com coberturas seletivas e convencionais. As medições de temperaturas superficiais das placas comprovarão os efeitos das tintas seletivas sobre as temperaturas de telhados, assim como simulações computacionais indicarão o potencial de redução do consumo de energia em edificações com ar condicionado. Pretende-se, com esta pesquisa, mostrar a importância da correta quantificação das propriedades físicas das tintas seletivas disponíveis no mercado nacional e incentivar o uso e desenvolvimento destes materiais para minimizar os efeitos nocivos provocados pelas ilhas urbanas de calor, o crescente consumo de energia com ar condicionado e o desconforto térmico em edificações. (AU)
|