Resumo
O controle da dor, a despeito dos grandes progressos da ciência, permanece uma preocupação constante entre clínicos e farmacologistas. Nos animais em geral, e nos eqüinos, em especial, devido à maneira intempestiva e, muitas vezes, violenta com que reagem a um estímulo estressante, a analgesia adequada torna-se ainda mais importante. Muitos fármacos estão disponíveis para o tratamento da dor, e várias técnicas são utilizadas para maximizar os seus efeitos. Uma das melhores estratégias para o controle da dor resulta da associação de drogas que atuam por mecanismos diferentes, aumentando o efeito analgésico e diminuindo os efeitos colaterais de cada droga pelo uso de doses menores de cada uma delas. Este efeito sinergístico é frequentemente obtido pela associação de opióides e tranqüilizantes, procedimento conhecido como neuroleptoanalgesia. Nos cavalos, este procedimento é, ainda, mais importante devido ao freqüente efeito excitatório que os opióides costumam desencadear e que são contornados pelo uso dos tranqüilizantes.O tramadol é um opióide com potência analgésica semelhante a da morfina, que vem sendo, há décadas, utilizado em seres humanos e, mais recentemente, em cães. Na espécie eqüina, as poucas publicações sobre o seu uso (especialmente parenteral não espinhal) são bastante controversas. Sua ação parece envolver vários mecanismos, dentre eles, existe amplo consenso quanto à participação de receptores opióides tipo µ, e adrenérgicos ±2. Neste trabalho propõem-se o estudo dos efeitos de três doses de tramadol sobre a atividade locomotora e altura da cabeça (medidas de excitabilidade) e também sobre a antinocicepção mediante estímulo térmico em eqüinos sob efeito, ou não de xilazina (agonista ±2).
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