Resumo
O presente projeto refere-se a uma visita de 4 meses ao Grupo de Visão Computacional 3D da Universidade de Utrecht, liderado pelo Prof. Max A. Viergever, onde desenvolverei uma pesquisa visando à melhoria da quantificação de imagens por SPECT. A tomografia por emissão de fótons únicos é muito usada para mostrar funções do cérebro, coração, coluna lombar, etc. Atualmente, as imagens da localização de anti-corpos monoclonais marcados com emissores de fótons constituem uma ferramenta importante para a detecção de diversos tipos de tumores'; Entretanto, elas ainda não atingiram sua potencialidade total, pois não é possível extrair atividades ou concentrações radioativas absolutas em objetos de interesse. Isso se deve principalmente às limitações impostas pelos processamentos disponíveis em sistemas da rotina clínica. Os fatores básicos que afetam a quantificação são: o espalhamento e a atenuação dos fótons pelos diferentes tecidos que constituem o corpo, a resposta do sistema de formação de imagens, o processo de reconstrução tomográfica adotado e o próprio estudo clínico. Existem duas abordagens básicas para a reconstrução tomográfica de cortes (2D) ou volumes: (3D): uma que incorpora possíveis correções no próprio algoritmo de reconstrução, e outra que executa compensações antes ou após a reconstrução. Para melhorar a qualidade das imagens por SPECT, F.J. Beekman e M.A. Viergever desenvolveram um método de reconstrução iterativo totalmente 3-dimensional, que inclui a resposta do sistema de formação de imagens e os efeitos de espalhamento dos fótons pelos tecidos no próprio processo. Os resultados em estudos de órgãos estacionários e amostragem angular completa, como os cerebrais, se mostraram muito bons. Recentemente, eles iniciaram a aplicação deste método aos estudos cardíacos, cujas aquisições são efetuadas com amostragem angular incompleta de 180º. Durante a minha estadia em Utrecht, deverei adequar este método a estudos cardíacos, efetuando reconstruções 3D a partir de projeções simuladas e de modelos físicos ("phantoms"), para arcos de 180º e 360º. Os resultados serão comparados com aqueles provenientes dos métodos disponíveis nos sistemas comerciais utilizados no Hospital Universitário de Utrecht. Para avaliar o efeito das correções sobre a quantificação das imagens deverei determinar as atividades do miocárdio e as dimensões das estruturas, tais como a espessura do miocárdio, o volume ventricular e os tamanhos de infartos. (AU)
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