Resumo
Neste projeto temático visa-se estudar novas estratégias de proteção ao fígado em isquemia hipotérmica com objetivo precípuo de atenuar as lesões de isquemia e consequentemente propiciar melhores condições anatomofuncionais ao enxerto após a revascularização do órgão, no animal receptor. Estudos recentes, neste laboratório, têm mostrado que a luz laser e a luz convencional têm aumentado a capacidade energética e de regeneração de fígado após hepatectomia parcial. O laser, como instrumento auxiliar em cirurgia, tem se mostrado muito mais abrangente quando utilizado para interferir nos processo metabólicos fundamentais. O laser tem sido usado como instrumento de estímulo em técnicas de terapia, mas suas propriedades quando interage com o sistema biológico só agora começam a despontar. Falando mais especificamente do caso em questão, temos utilizado o laser como elemento de ação direta na mitose proporcionando alterações significativas durante a regeneração hepática de ratos. Utilizando um laser de baixa potência foi possível estimular mi toses por mecanismo ainda não descrito e desconhecido. O grupo motivou-se com estes resultados preliminares, e assim iniciou-se um programa completo onde se espera cobrir o espaço de parâmetros disponíveis, procurando criar subsídios e informações que permita o entendimento das características básicas da ação do laser no metabolismo celular. Em função destes resultados, tema central do presente projeto, a intensão é unir conhecimentos adquiridos, pelo Grupo, no processo de regeneração hepática e aplicá-los, de várias formas, no transplante experimental de fígado com o objetivo de explicar aspectos, ainda não bem esclarecidos, sobretudo no que diz respeito à preservação hipotérmica do fígado para transplantes. A integração dos Departamentos de Cirurgia e Patologia FMRP-USP como o Grupo de Optica do Instituto de Física de São Carlos há aproximadamente 1 ano mostra claramente que os objetivos deste projeto podem ser plenamente alcançados. O transplante experimental de fígado será realizado em porcos com técnica clássica descrita por Calne em 1983. Desde 1993 realiza-se no setor de técnica cirúrgica e Cirurgia Experimental o transplante experimental de fígado em cães, com "by pass passivo", porém sem as condições ideais de monitorização perioperatória dos animais, por falta de uma série de equipamentos que ora solicitamos à FAPESP. As hepatectomias parciais serão feitas em ratos, conforme a técnica clássica descrita por HIGGENS & ANDERSON em 1931. A avaliação dos fígados transplantados será feita através de indicadores sensíveis como função mitocondrial, cinética das atividades da ATPase, piruvato quinase e níveis celulares de ATP, RNA e DNA além de exames bioquímicos rotineiros como dosagem dos níveis séricos das bilirrubinas, aminotransferases, colinesterase, eletroforese de proteínas e desidrogenase lática. A avaliação de regeneração hepática será feita por método imunohistoquímico, que consiste na coloração específica do antígeno da proliferação do núcleo celular (Proliferating cell nuclear antigen PCNA) . Adicionalmente será avaliada a capacidade energética do fígado e aspectos de seu metabolismo intermediário. Espera-se encontrar, com o método empregado, formas de minimizar a lesão isquêmica e aumentar o metabolismo hepatocelular tanto durante a preservação hipotérmica do fígado quanto na regeneração hepática. (AU)
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