Busca avançada
Ano de início
Entree


Atividade da paromomicina in vitro contra isolados clínicos de Leishmania spp. e sua eficácia in vivo no tratamento da leishmaniose tegumentar: Activity of paromomycin in vitro against brazilian clinical isolates of Leishmania spp. and its efficacy in vivo on treatment of experimental tegumentary

Texto completo
Autor(es):
Elizabeth Magiolo Coser
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Biologia
Data de defesa:
Membros da banca:
Adriano Cappellazzo Coelho; Selma Giorgio; Nilmar Silvio Moretti
Orientador: Adriano Cappellazzo Coelho
Resumo

A leishmaniose é uma doença parasitária causada por protozoários flagelados do gênero Leishmania, que afeta milhões de indivíduos em todo o mundo em áreas tropicais e subtropicais. No Brasil, o número de casos da doença tem aumentado nos últimos anos, principalmente em áreas urbanas. O tratamento das leishmanioses no Brasil é limitado a fármacos que, além do alto custo e efeitos colaterais, são administrados por via parenteral. Recentemente, dois novos fármacos foram aprovados no tratamento da leishmaniose visceral na Ásia: a miltefosina e a paromomicina (PAR). Uma vez que estes fármacos não são utilizados no tratamento das leishmanioses no Brasil, faz-se necessário avaliar a eficácia destes fármacos como alternativa de tratamento no país. Neste trabalho foi avaliada a suscetibilidade à PAR in vitro em isolados clínicos de pacientes com leishmaniose tegumentar e cepas referência das espécies de Leishmania endêmicas no Brasil, bem como a sua eficácia in vivo em modelo experimental murino para uma das espécies que causa a leishmaniose tegumentar no país: L. (Leishmania) amazonensis. Pelo método de amplificação do gene hsp70 seguido de digestão com enzima de restrição HaeIII e do sequenciamento de DNA do espaçador interno transcrito (ITS), foi possível identificar as espécies dos 16 isolados clínicos utilizados neste estudo. Destes isolados, 8 deles foram identificados como sendo L. (Viannia) braziliensis, 5 deles L. (L.) amazonensis, dois deles L. (V.) guyanensis e um deles L. (V.) shawi. Os valores de EC50 de PAR em promastigotas de isolados clínicos e cepas referência do parasito variaram de 4,95 a 205,03 µM, enquanto que os valores de EC50 na forma amastigota variaram de 0,19 a 111,2 µM. Os ensaios in vivo foram realizados utilizando camundongos BALB/c infectados com L. (L.) amazonensis e tratados com 75, 150, 300 e 600 mg/kg/dia de PAR durante 14 dias por via intraperitoneal. Os animais tratados com as dosagens de 300 e 600 mg/kg/dia apresentaram redução significativa no tamanho da lesão. Além disso, o grupo tratado com 600 mg/kg/dia teve uma diminuição na carga parasitária em cerca de 90%. Um segundo ensaio in vivo realizado com animais infectados com a cepa referência de L. (L.) amazonensis e um isolado clínico da mesma espécie tratados com dosagens de 150 e 600 mg/kg/dia de PAR, demonstrou que o isolado clínico, mais sensível à PAR na forma amastigota in vitro, apresentou redução significativamente maior da carga parasitária quando comparado com a cepa referência, sugerindo uma possível correlação entre a atividade do fármaco in vitro e a eficácia do tratamento in vivo. Os resultados deste trabalho podem contribuir na avaliação do potencial de uso da PAR na quimioterapia da leishmaniose tegumentar no Brasil (AU)

Processo FAPESP: 18/03299-0 - Avaliação da eficácia da paromomicina no tratamento da leishmaniose tegumentar experimental
Beneficiário:Elizabeth Magiolo Coser
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado