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Cerzindo o tecido social: ressignificações do Bordado Arpillera e a vida de atingidas por Belo Monstro

Texto completo
Autor(es):
Ralyanara Moreira Freire
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: Campinas, SP.
Instituição: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Data de defesa:
Membros da banca:
Antonio Augusto Arantes Neto; Jane Felipe Beltrão; Ana Paula Cavalcanti Simioni; Maria Suely Kofes; Isadora Lins França
Orientador: Antonio Augusto Arantes Neto
Resumo

Grupos de mulheres em diferentes regiões do Brasil criam "testemunhos" do cotidiano através de linhas, agulhas, tesouras e tecidos. Seus bordados adotam a linguagem das arpilleras confeccionadas no Chile. Ao se reunirem para bordar, as mulheres refletem sobre perdas e deslocamento forçado; sobre as novas condições de vida; fortalecem a coesão enquanto grupo; e alimentam a consciência de constituição de gênero, classe, raça e etnia. Esses processos acrescentam aos bordados, enquanto objetivação de seu modo de expressão, o sentido de denúncia feminina. Em face dessa realidade, a pesquisa versa sobre as criações, usos e sentidos do bordado arpillera, tal como praticado por mulheres impactadas por barragens no Brasil. As apropriações e ressignificações dessa forma de expressão, disseminada pelo MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens –, revelam experiências de perda, ao mesmo tempo em que permitem a (re)elaboração e expressão do "ponto de vista" de cada uma das mulheres e suas famílias, fortalecendo-as no contexto das relações de gênero, em particular no enfrentamento de problemas emergentes nas conjunturas locais. Para tanto, a pesquisa focaliza processos socioculturais e políticos relativos à criação de arpilleras no conjunto da vida cotidiana de mulheres em Altamira, estado do Pará, localizada na região do médio/baixo Xingu, assim como a circulação desses bordados para além das especificidades onde são criados. O estudo antropológico foi desenvolvido com mulheres expulsas do Xingu e deslocadas compulsoriamente para Reassentamentos Urbanos Coletivos – bairros construídos na periferia da cidade pela empresa concessionária da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, Norte Energia. A criação do bordado arpillera compõe o pensar-saber-fazer antropologias e pesquisas, de maneira que as peças foram acionadas como uma metodologia de realização do estudo e como constituidoras dos processos de criação da tese (AU)

Processo FAPESP: 16/18776-3 - Ressignificações do bordado arpillera no baixo Xingu e Alto Ribeira
Beneficiário:Ralyanara Moreira Freire
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado