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Autor(es): |
Fernanda Góes de Oliveira Ávila
Número total de Autores: 1
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Tipo de documento: | Dissertação de Mestrado |
Imprenta: | Campinas, SP. |
Instituição: | Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem |
Data de defesa: | 2012-07-30 |
Membros da banca: |
Sírio Possenti;
Maria Irma Hadler Coudry;
Roberto Baronas
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Orientador: | Sírio Possenti |
Resumo | |
O objetivo central deste trabalho é a análise de um corpus constituído por um conjunto de "piadas de Joãozinho". Neste material, queremos avaliar, tendo como base teórica a Análise do Discurso francesa, quais são suas condições de produção, procurando compreender as razões histórico-sociais e a representação masculina estereotipada nesse material. A finalidade dessa análise é verificar a ideologia machista presente nas piadas de Joãozinho: a construção da masculinidade a partir da transgressão de regras sociais. O que nos parece relevante neste tema são as seguintes questões: "Por que se faz humor sobre a relação entre professor e aluno?"; "Por que nessas piadas os meninos são postos como maus alunos?"; "Por que nesse discurso o professor é ridicularizado?"; "Em que medida o que se fala nas piadas representa 'verdades'?"; "Quais são os gatilhos linguísticos que tornam essas questões motivo de riso?". Na tentativa de elucidar as questões acima apresentadas, nosso arcabouço teórico é constituído principalmente pela literatura sobre o humor (Freud, 1905; Bergson, 1900; Propp, 1976; Raskin, 1985; Bakhtin, 1987; e Possenti, 1998), sobre a escola (Carvalho 2001, 2003; Menandro e Souza, 2010) e, especialmente, a literatura sobre os homens (Nolasco, 1993, 1995; Bourdieu, 2009). E as bases da análise são sustentadas pela Análise do Discurso francesa, especialmente no que se refere aos conceitos relativos às condições de produção, estereotipia, ethos, simulacro, memória discursiva. O ponto de partida para a análise é compreender o funcionamento do discurso humorístico, e a partir disso desconstruir o imaginário social predominante de que as piadas de Joãozinho são produzidas ingenuamente por crianças com o propósito de provocar espanto nos adultos. Posteriormente, buscaremos mostrar que as piadas de Joãozinho são feitas sob o simulacro de vozes infantis e são resultado de condições históricas de disputa na relação dos alunos com a escola e fruto da tentativa de os meninos (re)afirmarem sua masculinidade. Objetivamos, portanto, evidenciar que a partir dessa tensão entre aluno e escola e a (má) conduta dos meninos são criados estereótipos que são posteriormente postos em circulação pelo discurso humorístico por meio de uma técnica linguística (AU) | |
Processo FAPESP: | 10/02800-6 - Os estereótipos nas piadas de Joãozinho |
Beneficiário: | Fernanda Góes de Oliveira Ávila |
Modalidade de apoio: | Bolsas no Brasil - Mestrado |