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Parâmetros clínicos, hemogasométricos e radiográficos para avaliação respiratória de neonatos caninos nascidos em eutocia ou cesariana eletiva

Texto completo
Autor(es):
Liege Cristina Garcia da Silva
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Dissertação de Mestrado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ/SBD)
Data de defesa:
Membros da banca:
Camila Infantosi Vannucchi; Nereu Carlos Prestes; Denise Saretta Schwartz
Orientador: Camila Infantosi Vannucchi
Resumo

Estima-se que a mortalidade neonatal canina nas primeiras semanas de vida seja de 30%, em razão de diversas causas, dentre elas falhas de assistência neonatal. Em Medicina Humana, protocolos de assistência cardio-respiratória ao recém-nascido estão bem estabelecidos e são utilizados de rotina. Porém, os cuidados direcionados aos neonatos debilitados em Medicina Veterinária são, em geral, empíricos e passíveis de causar traumas e contusões. Deste modo, objetivou-se comparar o padrão do aparelho respiratório ao nascimento e a evolução durante a primeira hora de vida em neonatos nascidos em eutocia via vaginal ou cesariana eletiva; propor um protocolo de conduta para a avaliação do aparelho respiratório de neonatos nascidos em eutocia ou cesariana, por meio da auscultação cardio-torácica, do escore Apgar, hemogasometria, avaliação radiográfica pulmonar e da determinação do surfactante no líquido amniótico; relacionar o exame clínico geral com a avaliação específica do aparelho respiratório; estabelecer a análise de maior sensibilidade e especificidade na identificação de distúrbios respiratórios neonatais; quantificar os fosfolipídeos lecitina (L) e esfingomielina (E) no líquido amniótico; estabelecer a relação L/E, como indício de maturidade pulmonar. Utilizou-se 41 neonatos divididos em 2 grupos conforme a condição obstétrica: eutocia (1) ou cesariana eletiva (2). Foram avaliados o escore Apgar, temperatura corpórea e exame físico completo aos 0, 5 e 60 minutos pós-natal; hemogasometria venosa aos 0 e 60 minutos do nascimento e padrão radiográfico pulmonar ao nascimento. Houve significativo aumento dos valores de Apgar no decorrer da primeira hora de vida. Entretanto, o grupo 2 apresentou escore inferior ao nascimento e após 5 minutos. A temperatura corpórea neonatal apresentou significativa queda ao longo da primeira hora de vida, para ambos os grupos, com hipotermia após 5 e 60 minutos do nascimento. A auscultação pulmonar indicou irregularidade do padrão respiratório, presença de ruído respiratório de moderado a intenso e episódios de agonia respiratória, com evolução satisfatória ao longo da primeira hora de vida para ambos os grupos. Filhotes nascidos de cesariana apresentaram maior percentual de alterações radiográficas, com moderada a intensa opacificação pulmonar difusa, com pouca ou nenhuma definição da silhueta cardíaca e luz dos brônquios principais. Ao nascimento e após 1 hora, todos os neonatos apresentaram acidemia, sendo esta do tipo mista para o grupo 1 e do tipo respiratória para o grupo 2. Após 60 minutos houve parcial evolução do desequilíbrio ácido-básico em ambos os grupos. Não houve diferença estatística entre a relação L/E dos grupos 1 e 2 com valores de 7,29 (±3,55) e 5,89 (±4,87), respectivamente. Conclui-se que o padrão de análise do aparelho respiratório neonatal variou conforme a condição obstétrica; as variáveis de maior sensibilidade e especificidade para identificação de neonatos com distúrbios respiratórios ao nascimento foram auscultação torácica associada à avaliação hemogasométrica das variáveis pH e pCO2; os fosfolipídeos lecitina e esfingomielina presentes no líquido amniótico foram quantificados e a relação L/E estabelecida e indicou maturidade pulmonar independente da condição obstétrica. (AU)

Processo FAPESP: 06/52766-3 - Utilizacao de parametros clinicos e radiograficos para avaliacao de disturbios respiratorios ao nascimento e emprego da assistencia ventilatoria a neonatos da especie canina.
Beneficiário:Liege Cristina Garcia da Silva
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Mestrado