Investigação de bioacumulação e desintoxicação de toxinas de cianobactérias (microcistinas e cilindrospermopsina) em alface e rúcula

Resumo

As cianobactérias são organismos fotossintetizantes que apresentam ocorrência natural nos ecossistemas aquáticos. Contudo, a crescente eutrofização desses ambientes tem causado desequilíbrios ecológicos e crescimento excessivo de tais organismos. As cianobactérias são produtoras de várias toxinas, entre elas, as microcistinas e cilindrospermopsina, as quais podem causar intoxicações e mortes de mamíferos, inclusive o homem, além de serem promotoras de tumores. O presente estudo propõe investigar a incorporação de microcistina (MC) e cilindrospermopsina (CYN) nos tecidos foliares de alface (Lactuca sativa L.) e rúcula (Eruca sativa Mill.), bem como, verificar o processo de desintoxicação das cianotoxinas nos tecidos foliares por 7 dias. Também é nosso objetivo comparar os resultados obtidos pelos métodos analítico (LC-MS/MS) e imunoenzimático (ELISA). Para verificar a bioacumulação e posterior desintoxicação das hortaliças serão aplicadas durante o final do ciclo das culturas, sobre as folhas das hortaliças adultas, soluções com concentrações de MC e CYN comumente encontradas nos ecossistemas aquáticos (até 10,0 µg.L-1) através de irrigação manual simulando "spray". Paralelamente, será realizado experimento de bioacumulação em alface utilizando MC-LR e MC-RR equivalente presentes em extrato bruto obtido a partir da linhagem tóxica Microcystis aeruginosa BCCUSP232. As concentrações de MCs e CYN presentes nos tecidos foliares serão analisadas através de Cromatografia Líquida Acoplada à Espectrometria de Massas em Sequência (LC-MS/MS). Todos os experimentos serão realizados em triplicatas. Nossas hipóteses são de que: a). As MC e CYN são bioacumuladas nos tecidos foliares de alface e rúcula podendo exceder o limite de ingestão máxima diária tolerável para o consumo humano e, dessa forma, entrar na cadeira alimentar humana com sérios riscos à saúde; b) ocorrendo a bioacumulação, haverá o processo de desintoxicação dos tecidos foliares, o qual pode ocorrer em períodos variáveis de acordo com a espécie vegetal. (AU)