Efeitos comparativos da privação precoce e fisiológica dos hormônios ovarianos sobre a reatividade do leito coronariano e contratilidade cardíaca em ratas espontaneamente hipertensas - papel do envelhecimento

Resumo

Introdução: A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é acompanhada por redução na capacidade contrátil cardíaca e alterações na reatividade do leito coronariano. No entanto, em mulheres em idade reprodutiva essa condição pode ser menos grave em decorrência da proteção cardiovascular exercida pelos hormônios ovarianos. Por sua vez, a falência ovariana fisiológica (menopausa) representa um divisor de águas nessa proteção, o que favorece o desenvolvimento de alterações morfológicas e funcionais cardíacas mais graves que podem evoluir para a falência cardíaca mais severa, principalmente em mulheres hipertensas. Entretanto, ainda não sabemos qual a contribuição do envelhecimento nesse processo. Nesse caso, outra condição denominada falência ovariana precoce que afeta uma parcela das mulheres pode ajudar a responder essa questão. Objetivo: Investigar em ratas espontaneamente hipertensas (SHR) se a falência ovariana precoce resulta em prejuízos morfológicos e funcionais mais graves quando comparada com a falência ovariana fisiológica, ou se o envelhecimento é uma condição que impera sobre os prejuízos morfológicos e funcionais, em especial a reatividade do leito coronariano e a contratilidade cardíaca. Métodos: Serão utilizadas 64 animais divididos em dois grandes grupos; grupo de ratas Wistar Kyoto (WK; N=32) e grupo de ratas espontaneamente hipertensas (SHR; N=32). Metade de cada grupo será submetida à privação dos hormônios ovarianos por meio da ovariectomia (N=16) ou cirurgia SHAM (N=16) na 24ª semana de vida, enquanto a outra metade será submetida à privação dos hormônios ovarianos por meio da ovariectomia ou cirurgia SHAM na 60ª semana de vida. Todos os animais serão avaliados na 72ª semana de vida por meio dos seguintes protocolos; registro da pressão arterial e frequência cardíaca por meio de pletismografia a ser realizada na , 24ª, 36ª, 48ª, 60ª e 72ª semanas de vida; avaliação morfofuncional cardíaca por meio da ecocardiografia bidimensional na 24ª, 72ª semanas; análise da reatividade do leito coronariano e da contratilidade do ventrículo esquerdo em coração isolado por meio do aumento do fluxo e da administração de agonistas beta-adrenérgicos, dobutamina (0,5 - 50 nmol) e salbutamol (1 - 100 nmol); quantificação da expressão dos receptores beta-adrenérgicos cardíacos; e análise histológica cardíaca.