As craniossinostoses, resultantes da fusão precoce de uma ou mais suturas cranianas, representam um grupo heterogêneo de doenças que ocorre aproximadamente em 1:2000 nascidos vivos. Caracterizam-se por grande variabilidade clínica e heterogeneidade genética, com raras exceções como a Síndrome de Apert. As craniossinostoses podem ser classificadas em não sindrômicas, quando o único problema do paciente é a fusão precoce da sutura, e sindrômica quando outros problemas estão presentes. Dentre as craniossinostoses sindrômicas, as mais comuns são a Síndrome de Crouzon, Pfeiffer e Apert. O diagnóstico diferencial entre estas 3 síndromes é dado principalmente pelo grau de comprometimento dos membros, sendo que na Síndrome de Crouzon, a mais leve, não há comprometimento de membros, enquanto que na Síndrome de Apert, a mais grave, os membros estão sempre comprometidos. O mecanismo mutacional é identificado em aproximadamente 58% dos pacientes Síndrome de Crouzon, sendo que o gene FGFR2 corresponde à 48% desse total e mutações nos genes TWIST1 e FGFR3 correspondem aos 10% dos casos restantes. Assim sendo, cerca de 42% dos casos com características clínicas compatíveis com a Síndrome de Crouzon, não apresentam mutações em nenhum destes três genes, e, portanto, mutações em outros genes podem ser responsáveis por este quadro clínico. Aproximadamente 45% dos casos de Pfeiffer não estão relacionadas a mutações nos genes FGFR1 e FGFR2, indicando que outros genes também podem estar envolvidos. Por outro lado, todos os casos de Síndrome de Apert são causados por mutações no gene FGFR2. Mutações em FGFR2 apresentam uma correlação parcial entre genótipo e fenótipo, contudo, casos graves, como aqueles com Síndrome de Pfeiffer tipo II ou III são ainda muito pouco caracterizados. (AU) |