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Estudos evolutivos em espécies de lacertílios brasileiros da família Teiidae (Squamata), com base em dados citogenéticos e moleculares

Texto completo
Autor(es):
Rodrigo Marques Lima dos Santos
Número total de Autores: 1
Tipo de documento: Tese de Doutorado
Imprenta: São Paulo.
Instituição: Universidade de São Paulo (USP). Instituto de Biociências (IBIOC/SB)
Data de defesa:
Membros da banca:
Yatiyo Yassuda; Pedro Manoel Galetti Junior; Claudio de Oliveira; Miguel Trefaut Urbano Rodrigues; Anita Wajntal
Orientador: Yatiyo Yassuda
Resumo

A família Teiidae é restrita à região neotropical e possui cerca de 110 espécies distribuídas em dez gêneros. Estudos moleculares, juntamente com citogenéticos e morfológicos e as recentes descrições de novas espécies, apontam para uma necessidade urgente de estudos multidisciplinares mais amplos que caracterizem melhor a grande diversidade nos Teiidae, especialmente quanto a espécies brasileiras, de modo a fornecer importantes contribuições à sistemática, evolução cromossômica, possibilitando a formulação de hipóteses filogenéticas mais robustas. Assim, esse trabalho tem por objetivos dar continuidade aos estudos evolutivos em Teiidae, tanto citogeneticamente, quanto molecularmente e discutir, se possível, sobre a reprodução partenogenética encontrada em muitas espécies deste grupo de lagartos. A ampla amostragem geográfica disponível para os estudos, associada ao estudo de um grupo reconhecidamente variável citogeneticamente e taxonomicamente complexo, contribui para orientar revisões futuras e também para uma avaliação da diversidade entre as populações estudadas. Do ponto de vista interpretativo, os dados obtidos também fornecem importantes contribuições à sistemática, biogeografia e programas de conservação desse grupo de lagartos neotropicais. Cariótipos de cinco espécies de lagartos teídeos sulamericanos da subfamília Teiinae (Ameiva Ameiva, Cnemidophorus ocellifer, Kentropyx calcarata, K. paulensis e K. vanzoi) são descritos e comparados em coloração convencional e diferencial. Dados meióticos também estão incluídos. Cariótipos de K. paulensis, K. vanzoi e C. ocellifer são apresentados aqui pela primeira vez. As técnicas de coloração diferencial aqui apresentadas fornecem importantes informações sobre a diversidade cariotípica da subfamília Teiinae e possibilitou a comparação entre as espécies, contribuindo tanto para a melhor compreensão da evolução cromossômica e da sistemática do grupo. Para a subfamília Tupinambinae, foram descritos cariótipos para Crocodilurus amazonicus, Tupinambis merianae, T. quadrilineatus e T. teguixim, após coloração convencional e diferencial. O artigo contribui para o esclarecimento de alguns cariótipos conflitantes de Tupinambinae presentes na literatura e descreve padrões espécie-específico de bandas C para T. quadrilineatus. Foi proposta uma filogenia molecular para 17 espécies de lagartos pertencentes à família Teiidae usando 1415 pb de seqüências do DNA mitocondrial (cit B e ND4) e nuclear (c-mos), com o uso de análises de máxima parcimônia (MP), máxima verossimilhança (MV) e inferência bayesiana (MB). A árvore proposta recuperou o monofiletismo da família Teiidae, assim como para as subfamílias Tupinambinae e Teiinae e a tribo Cnemidophorini. Na tribo Cnemidophorini, o gênero Ameiva foi identificado como monofilético e basal. Cnemidophorus se mostrou parafilético, com a espécie C. leminiscatus mais relacionada ao gênero Kentropyx, identificado por sua vez como monofilético e com a espécie K. calcarata basal e K. paulensis grupo irmão de K. vanzoi. As demais espécies que compõem o gênero Cnemidophorus formam grupo monofilético que corresponde ao grupo ocellifer, irmão do clado Kentropyx + C. leminiscatus. Conseqüências da filogenia obtida sobre a evolução cromossômica do grupo, são também apresentadas. A partenogênese (reprodução virginal) é um mecanismo reprodutivo, pelo qual um óvulo se desenvolve sem fertilização. Assim, para uma espécie sexuada se reproduzir por partenogênese, o maior problema é evitar a redução do número de cromossomos durante a meiose, uma vez que óvulos haplóides são inviáveis em vertebrados. Diversos estudos citológicos tentaram descrever os eventos meióticos responsáveis por esse modo reprodutivo, não encontrando resultados precisos. Esse trabalho descreve em detalhes uma hipótese sobre como deleções no proto-oncogene c-mos podem favorecer a reprodução partenogenética, na forma da partenogênese automítica facultativa (PAF), nos lacertiformes e nos Squamata (AU)

Processo FAPESP: 03/00404-2 - Estudos evolutivos em espécies de lacertílios brasileiros da família Teiidae (Squamata), com base em dados citogenéticos e moleculares
Beneficiário:Rodrigo Marques Lima dos Santos
Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Doutorado