Cultivo de gloquidios in vitro de bivalves límnicos, em risco de extinção, do estado de São Paulo

Resumo

Os bivalves do Brasil e particularmente do Estado de São Paulo são pouco conhecidos. Ao contrário de ostras e mariscos, os bivalves de água doce necessitam, geralmente, de um peixe hospedeiro com o propósito de completar seu ciclo de vida. Como parasitas, os gloquídios são dependentes dos peixes para sua nutrição durante esta parte do seu desenvolvimento ontogenético. Uma vez fixado com sucesso ao peixe hospedeiro, eles permanecem encistados por um período de tempo que varia conforme a espécie. Quando a metamorfose está completa, o juvenil se desprende e inicia uma vida séssil independente. Nos últimos anos, os moluscos de água doce têm sido alvos de inúmeros estudos em vários paises, devido à redução dos estoques causada pela contaminação das águas por poluentes químicos, pesticidas, herbicidas, hidrocarbonetos e pelo lixo; pela exploração não sustentável; pela dragagem do leito dos rios; pela construção de barragens e pela diminuição dos estoques dos peixes hospedeiros, assim como pela introdução de animais aquáticos exóticos (não nativos). Uma alternativa seria utilizar o cultivo destes moluscos para manter um nível aceitável de exploração e ao mesmo tempo aumentar os estoques naturais. Serão coletados exemplares sexualmente maturos, os gloquídios serão extraídos e colocados nas Placas de Petri com meio de cultivo, sendo mantidos em incubadora. Após a transformação os juvenis serão alimentados com uma mistura de microalgas, e após o período de adaptação serão transferidos para o ambiente natural. (AU)