Reinfecção de cabras gestantes com Toxoplasma gondii (Nicolle & Manceaux, 1909)

Resumo

A elevada frequência de caprinos portadores de infecção toxoplásmica, a grande possibilidade destes animais se reinfectarem com Toxoplasma gondii e a inexistência de literatura sobre as consequências reprodutivas em cabras gestantes decorrentes de uma reinfecção, motivaram o projeto proposto. Vinte e cinco cabras, entre um a três anos de idade, sorologicamente negativas para T. gondii (IFI-IgG), serão distribuídas em cinco grupos experimentais: cinco fêmeas inoculadas com oocistos de T. gondii aos 40 dias de gestação (GI); cinco fêmeas inoculadas com oocistos de T. gondii aos 80 dias de gestação (GII); cinco fêmeas inoculadas com oocistos de T. gondii aos 120 dias de gestação (GIII); cinco fêmeas não inoculadas, mantidas como controle positivo (GIV) e cinco fêmeas negativas para toxoplasmose, constituindo o grupo controle negativo (GV). Antes da inoculação, diariamente até o 15º dia pós-infecção e a cada três dias até o 45º dia de gestação serão realizados exames clínicos, obstétricos e sorológicos nas cabras. Do 46º dia ao final da gestação estes exames serão efetuados semanalmente. As amostras de soro serão examinadas, por meio da IFI, para pesquisa de anticorpos contra T. gondii. Exames histopatológicos, imunoistoquímicos, bioprova e PCR serão realizados em fragmentos teciduais das cabras e em seus "produtos", objetivando detectar parasitismo por T. gondii. As crias nascidas vivas serão eutanasiadas decorridos 30 dias e em seus tecidos será pesquisado a presença de T. gondii, utilizando-se as mesmas técnicas descritas anteriormente. Serão aplicados os testes F para efeito de tratamentos e Tukey a 5% de significância para as comparações entre as médias e os tratamentos. Em síntese, objetiva-se com esta pesquisa elucidar a importância da reinfecção toxoplásmica em cabras gestantes, como também descrever as principais consequências patológicas decorrentes desta reinfecção, fato inédito na literatura consultada. (AU)