Suplementação do meio de maturação in vitro e vitrificação com fosfolipídio e seu impacto na criotolerância, qualidade oocitária e expressão gênica em oócitos, usando o bovino como modelo experimental.

Resumo

A criopreservação de oócitos é importante para o tratamento da infertilidade, pois tem aplicação clínica mais ampla do que o congelamento do embrião e, por se tratarem de células únicas, poderão ser descartadas futuramente caso não venham a ser utilizadas. Porém, com o objetivo de otimizar o número de oocitos recrutados as pacientes devem ser submetidas à hiperestimulação ovariana controlada (HOC), o que implica em aumento dos custos e dos riscos, principalmente em pacientes oncológicas portadoras de tumores estrogênio dependente. Alguns autores tem proposto a punção dos oócitos ainda imaturos e aplicação de técnicas de maturação in vitro (MIV) associados à criopreservação destes gametas, com intuito de minimizar o tempo de indução e reduzir os custos da HOC. A fecundação e o desenvolvimento de oócitos bovinos previamente criopreservados pode, entretanto, ser comprometida pela alteração dos estoques de RNAm. As mudanças na composição lipídica dos meios de cultivo porpostas em estudos sobre o congelamento de embriões bovinos também parecem interferir no desenvolvimento destes, sendo possível modular a criotolerância das células dependendo das substâncias utilizadas durante o congelamento. Considerando a importância das técnicas de vitrificação e MIV na prática clínica o objetivo deste estudo consiste em avaliar os efeitos da vitrificação na expressão de genes marcadores de qualidade oocitária e avaliar o efeito da inclusão de fosfolipídio no meio de MIV e/ou de vitrificação como estratégia para aumentar a resistência ao congelamento e a viabilidade oocitária pós-congelamento, analisando o impacto desta estratégia na expressão gênica e nos índices de desenvolvimento embrionário.