Imunização de gestantes com a vacina acelular do adulto (DTPA): avaliação da redução de ocorrência de coqueluche em lactantes e da resposta imunológica das crianças

Resumo

A coqueluche, doença infecciosa aguda do trato respiratório inferior, causada pela bactéria Bordetella pertussis, é altamente contagiosa e sua taxa de ataque pode chegar a 90% entre contatos não imunizados. A introdução da vacinação foi fundamental para a queda de mais de 95% na atual incidência de coqueluche. Entretanto, nos últimos anos tem sido observado um aumento global do número de casos de coqueluche.Uma estratégia alternativa de vacinação contra a coqueluche é a vacinação das gestantes no terceiro trimestre da gestação, com o objetivo de induzir altos títulos de anticorpos anti coqueluche na mãe e a transferência transplacentária dos anticorpos para o feto, resultando na proteção do recém-nascido nos primeiros meses de vida. Neste sentido, o Ministério da Saúde decidiu incluir no calendário vacinal brasileiro a vacinação de gestantes contra a coqueluche.Apesar da estratégia de vacinar gestantes contra coqueluche já ser utilizada em diversos países, pouco se sabe sobre sua eficácia e efetividade. Anticorpos maternos ajudam a proteger recém-nascidos da infecção causada por pertussis nos primeiros meses de vida, mas podem, também, neutralizar a vacinação dos recém nascidos, diminuindo a eficiência vacinal. Além disso, a imunização materna durante a gestação pode causar a transferência de antígenos e citocinas para o feto, o que pode induzir um desvio do perfil de resposta ou até mesmo a tolerância imunológica do recém-nascido. Este estudo permitirá esclarecer alguns aspectos importantes, tais como: estabelecer o melhor período para a vacinação das gestantes, avaliar possível interferência sobre a resposta vacinal das crianças e, em caso positivo, a correlação entre a resposta imunológica das crianças e o perfil e magnitude da resposta materna contra os antígenos da B. pertussis. (AU)