Análise da população de idosos em serviços de emergência

Resumo

Há uma enorme escassez de dados sobre o atendimento de pacientes em Serviços de Emergência em todo o Brasil. Essa falta de dados é ainda mais evidente quando focamos a atenção na população de idosos. Neste projeto, pretendemos identificar a população de pacientes que procuram um Serviço de Emergência, particularmente aqueles acima de 60 anos, suas diferenças clínicas e laboratoriais em relação a populações mais jovens e avaliar se escores de gravidade que são usados para a população geral mantém sua acurácia na população de idosos.Este será um estudo retrospectivo, exploratório, a partir do qual será possível traçar o perfil dos pacientes, especificamente os idosos, que chegam a um serviço de emergência com quadro clínico grave, identificando as características associadas à necessidade de internação hospitalar.Inicialmente construiremos um banco de dados com todos os pacientes atendidos no Serviço de Emergência do Hospital das Clínicas da FMUSP, no período de 2015 (época em que foi implantado o prontuário eletrônico no serviço) a 2019. Assim, teremos uma análise estatística descritiva, com os diagnósticos mais comuns em cada uma das faixas etárias (18 a 59 anos, 60 a 79 anos ou acima de 80 anos) e observando o desfecho (alta, mortalidade durante a internação). Em seguida, faremos a correlação entre a Classificação de Risco, realizada no atendimento inicial e o desfecho do paciente. Essa análise levará em conta as faixas etárias descritas acima.Em seguida, serão separados os pacientes com diagnóstico de sepse. Nosso objetivo principal é identificar características nos grupos de idosos que possam sinalizar um desfecho desfavorável quando da admissão no Serviço e avaliar se os atuais instrumentos para detecção de disfunção orgânica e diagnóstico de sepse (p.ex. qSOFA) mantém sua acurácia na população mais idosa. As análises estatísticas necessárias são bastante sofisticadas e nos permitirão conclusões bastante confiáveis sobre nossos dados.Acreditamos que esse projeto possa trazer informações fundamentais sobre o atendimento de pacientes em serviço de emergência e mostrar a necessidade da criação de diretrizes nacionais para o atendimento especializado e particularizado da população geriátrica no Sistema Único de Saúde. (AU)