Abundância de genes relacionados ao ciclo do fósforo no solo em um gradiente de desertificação

Resumo

A desertificação é o mais grave problema ecológico ocorrente em solos de ambientes de clima árido e semiárido ao redor do mundo. A diminuição da capacidade produtiva do solo provocada pela desertificação, deve-se, em grande parte, à perda de processos ecológicos realizados por comunidades microbianas, os quais são fundamentais para a manutenção da vida nesse ambiente. Portanto, avaliar as funções ecológicas de comunidades microbianas do solo, pode fornecer informações essenciais para uma avaliação mais detalhada dos reais impactos a longo prazo das ações antrópicas impostas ao sistema solo em ambientes semiáridos. Contudo, ainda não se sabe como a desertificação em regiões semiáridas pode reduzir a ocorrência de algumas funções ecológicas, como o processo de mineralização do fósforo. Aqui serão considerados três sistemas, i) área desertificada, ii) área exclusa do pastoreio intensivo (recuperada), iii) área nativa do bioma Caatinga. Avaliaremos o impacto da desertificação sobre os genes funcionais relacionados à ciclagem do fósforo, phoD e phoC, que codificam a fosfatase alcalina e ácida, respectivamente. Faremos a PCR quantitativa usando o DNA extraído no Brasil. A amostragem do solo foi realizada no município de Irauçuba, Ceará, Brasil, em duas estações (chuvosa e seca). Usaremos as áreas de vegetação nativa da Caatinga como área de referência para comparar o impacto da desertificação e os ganhos nas áreas de exclusão (recuperada). Assim, obteremos a abundância dos genes entre as áreas. Portanto, será possível inferir quais genes foram enriquecidos ou esgotados. Com esses resultados, esperamos conseguir mostrar que áreas em processo de desertificação, há uma diminuição significativa de genes envolvidos na mineralização de fósforo, enquanto em áreas restauradas (áreas de exclusão) há um enriquecimento desses genes. (AU)