Produção e funcionalização de dispositivos produzidos por manufatura aditiva para a captura 2 e detecção de células tumorais para fins de diagnóstico

Resumo

O câncer é a segunda principal causa de morte em todo o mundo, sendo a 6 detecção precoce, associado ao regime terapêutico adequado, a melhor opção para reduzir substancialmente o risco de mortalidade. Apesar dos avanços no estudo de biomarcadores para o diagnóstico, as estratégias para a sua detecção ainda requerem melhorias tanto na seletividade da captura de células tumorais circulantes (CTCs), quanto na sensibilidade e viabilidade do método de detecção. Além do uso de recobrimentos com afinidades às células tumorais, substratos com geometrias específicas podem facilitar a captura das células de interesse. O recente avanço das técnicas de manufatura aditiva (MA) pode permitir a produção de materiais que facilitem a captura seletiva e a posterior detecção dessas células. Esta proposta visa investigar como a geometria externa e a morfologia interna dos poros interconectados, bem como as dimensões dos substratos padronizados e produzidos a partir de técnicas de MA podem atuar na detecção de células de diferentes linhagens de câncer de próstata e mama, com o propósito de desenvolver sensores com geometria 3D mais seletivos para a detecção dessas doenças. Pretende-se explorar conjuntamente as técnicas de microfabricação e funcionalização de superfícies via layer-by-layer (LbL) para a produção de substratos padronizados para a captura das células tumorais. O desenvolvimento desta proposta, de caráter multidisciplinar, contará com a expertise do grupo do Dr. Jorge Vicente Lopes da Silva do CTI Renato Archer para o desenvolvimento dos substratos contendo estruturas com dimensões próximas às células tumorais de interesse por meio de diferentes técnicas de manufatura aditiva, descritas no projeto. Os recobrimentos LbL serão produzidos com biopolímeros que apresentam afinidade às células tumorais, como o ácido hialurônico, ou proteínas recombinantes do tipo elastina (ELPs), e quitosana com a colaboração do grupo da Profa. Marisa Beppu (FEQ-Unicamp). Já os estudos envolvendo a captura de células serão realizados com o auxílio do Prof. Hernandes Carvalho (IB-Unicamp) e do Prof. Osvaldo Novais (IFSC- USP). Além do avanço na fronteira do conhecimento, espera-se que essa proposta contribua para o entendimento de como a geometria, morfologia interna e dimensão dos substratos padronizados, bem como as propriedades dos recobrimentos, afetam a detecção de CTCs. Estes avanços poderão contribuir para o desenvolvimento de novos métodos de diagnóstico de doenças tumorais de alta prevalência. (AU)