Fornecimento de material para nidificação como alternativa para promover bem-estar e eficiência produtiva de fêmeas suínas hiperprolíficas

Resumo

A atual tendência de se utilizar fêmeas hiperprolíficas na suinocultura faz com que seja necessário adaptação dos manejos para garantir o bem-estar, tanto das fêmeas quanto da leitegada, sem prejuízo para a produtividade. O parto é um dos momentos mais críticos na produção de suínos. É o evento o qual as fêmeas mais se estressam, especialmente as hiperprolíficas, pois possuem partos mais longos, possuem maiores taxas de asfixia neonatal, produção limitada de colostro e altos índices de natimortalidade. A oferta de material para confecção de ninho aparece como uma forma de auxiliar a promoção do bem-estar das fêmeas durante esse evento. A realização dos comportamentos naturais, em especial o comportamento de nidificação no periparto estimula a secreção de hormônios que estão relacionados à redução da duração do parto, aumento da produção de leite e aumento da expressão de comportamento materno. O objetivo deste trabalho é avaliar os efeitos da oferta de material para nidificação para fêmeas nulíparas. Para isso, serão utilizadas 18 marrãs alojadas em gaiolas de parição. As fêmeas serão alocadas em dois grupos experimentais: marrãs sem acesso a nenhum material de nidificação (Controle; n=9) ou marrãs com acesso a 3 kg de material para nidificação (Ninho; n=9). O material de ninho será fornecido aproximadamente 12 h antes do parto e a partir desse momento todas as fêmeas serão supervisionadas para avaliação do comportamento, ininterruptamente até o nascimento do último leitão. Imediatamente após o nascimento, a vitalidade dos leitões será avaliada por meio da pontuação numérica (APGAR), a qual é composta por cinco parâmetros (1. Latência respiratória; 2. Frequência cardíaca; 3. Cor de pele do focinho; 4. Latência para levantar; 5. Manchas de mecônio na pele). Alterações circulatórias serão avaliadas através da análise de integridade do cordão umbilical (normal; edemaciado; congesto; hemorrágico). Será feita a coleta de sangue de leitões para avaliação de hemogasometria, a fim de estimar a gravidade da asfixia sofrida. Os leitões nascidos vivos serão pesados ao nascimento e 24 horas após o início do parto para determinar o ganho de peso do leitão, e assim estimar o consumo de colostro de cada animal e a produção de colostro da fêmea.