Desmistificando as interações água-dossel em uma floresta tropical nebulosa: incluindo características de casca em interações chuva-nevoeiro-escoamento pelo tronco

• Processo: 21/11697-9
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Data de Início da vigência: 01 de maio de 2022
• Data de Término da vigência: 31 de outubro de 2024
• Área do conhecimento: Interdisciplinar
• Pesquisador responsável: Kelly Cristina Tonello
• Beneficiário: Kelly Cristina Tonello
• Instituição Sede: Centro de Ciências e Tecnologias para a Sustentabilidade (CCTS). Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR). Sorocaba , SP, Brasil
• Pesquisadores associados: Andrés Gabriel Arguedas Chaverri ; Anna Ilek ; Aparecido Junior de Menezes ; John Toland Van Stan II ; Kathrin Rousk ; Sérgio Dias Campos
• Bolsa(s) vinculada(s): 22/13033-3 - Relações entre as propriedades da casca e produção de escoamento pelo tronco: uma análise a partir da molhabilidade, BP.TT; 22/05941-7 - Relações entre as propriedades da casca e produção de escoamento pelo tronco: uma análise a partir da molhabilidade, BP.TT
• Assunto(s): Hidrologia de floresta Ecohidrologia Balanço hídrico Partições pluviométricas Higroscopicidade Florestas tropicais Parque Estadual Serra do Mar
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: ecohidrologia | Hidrologia florestal | Higroscopicidade de casca | Parque Estadual da Serra do Mar | Repartição de chuvas | Ecohidrologia

Resumo

Uma parte pouco pesquisada, mas relevante do balanço hídrico florestal, é a partição da chuva pelas copas das árvores. Quando a chuva entra em contato com as copas das árvores, parte retorna para a atmosfera, outra goteja através das fendas ou drena pelo tronco da árvore (escoamento pelo tronco, SF). O SF é especialmente pouco pesquisado, apesar de seu potencial para concentrar as entradas de chuva em pequenas áreas (1-10m²tree-¹), que pode, por sua vez, se infiltrar preferencialmente ao longo do sistema radicular e contribuir para a recarga de água subterrânea. Em florestas nebulosas, além da chuva, a precipitação oculta é uma variável hidrológica comum, e, apesar de sua ocorrência frequente e do fato de ser, sem dúvidas, uma entrada de água no sistema, é desconhecida e não contabilizada. Ao interagir com a floresta, as gotículas de névoa podem atingir a superfície do solo mesmo na ausência de chuva: nesse caso, o escoamento pelo tronco pode ser particularmente volumoso, contribuindo ainda mais para a precipitação anual. Por sua vez, ao longo desse processo, a estrutura da casca é uma variável mestre, uma vez que possui contato persistente com o SF durante a drenagem. Diante disso, a principal pergunta que nos surge é: Qual é a contribuição da precipitação oculta no balanço hídrico florestal? Estamos deficientes no cálculo do balanço hídrico uma vez que as estações meteorológicas registram de fato somente a chuva? Sendo a casca uma área de deposição da precipitação oculta, como se relaciona com o SF durante eventos de precipitação oculta? As florestas nebulosas ocorrem em locais específicos do Brasil e nessa proposta, a pesquisa será conduzida no Pq. Estadual da Serra do Mar (PESM-Cunha). Para responder essas questões, a chuva e precipitação oculta serão monitoradas e, simultaneamente, a variabilidade do SF em parcelas definidas. Nessas, os indivíduos arbóreos serão classificados em classes de diâmetro na altura do peito, geometria de copa, textura e molhabilidade da casca. Os dados climáticos serão confrontados com a dinâmica do SF e a estrutura das árvores. Cabe salientar que o SF raramente foi examinado nas Florestas Tropicais de Montana e não só isso, esta investigação é a primeira a examinar como a molhabilidade da casca se correlaciona com o fluxo de tronco em Florestas Tropicais de Montana da Serra do Mar em eventos de precipitação oculta. Indiscutivelmente, essa proposta sobre a variabilidade do SF e as características estruturais das árvores que a conduzem podem preencher uma importante lacuna de conhecimento sobre os componentes do balanço hídrico nesse ambiente. Essa proposta é pioneira mundialmente, associando ambientes únicos e aplicação de técnicas até então nunca aplicadas na Hidrologia Florestal. (AU)