Laboratório de Experiências para Co-Imaginar Mundos: Comum-ismos, Compostagens Anárquicas e outras Semeaduras

• Processo: 25/01865-2
• Modalidade de apoio: Auxílio à Pesquisa - Regular
• Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2025
• Data de Término da vigência: 31 de julho de 2028
• Área do conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Artes
• Pesquisador responsável: Christine Greiner
• Beneficiário: Christine Greiner
• Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Comunicação, Letras e Artes. Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). São Paulo , SP, Brasil
• Pesquisadores associados: Claudio Pereira Bueno ; Erin Claire Manning ; Fernanda Raquel ; Pascal Gielen ; Yara dos Santos Costa Passos ; Zairong Xiang
• Assunto(s): Comunidades Imaginação
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: animacidades | artisticidades | comunidades | fabulação | imaginação | teatro, performance, dança

Resumo

A questão que mobiliza este projeto é como estabelecer relações entre contextos muito diversos, de modo a agenciar processos co-imaginativos e conhecimentos compartilhados. Há uma diferença entre imaginar o outro a partir de um ponto de vista próprio; e lidar com alteridades através de experiências que convertem pontos de vista individuais em pontos de vida coletivos (Coccia, 2018:4). Neste processo, como dizia Antonio Bispo dos Santos (2023), é importante semear palavras para perceber qual delas germina mais no sentido de gerar confluências.Como metodologia, o projeto testará uma semeadura de terminologias a partir de experiências que se abrem a uma pluralidade de vidas e saberes, apostando na troca do egocentrismo neoliberal por um ecocentrismo cosmopolítico (Estok and Kim 2013, Stengers 2007 e 2023, Xiang 2023). Serão abertas três frentes de trabalho: pedagógica, epistemológica e de pesquisa-criação, sendo que todas estarão sempre acontecendo de forma relacionada e, por vezes, indistinta. O problema inicial refere-se à ineficiência dos discursos que apenas replicam vocabulários à exaustão, comprometendo a abertura de novos caminhos e movimentos. É preciso dar um passo atrás e repensar pressupostos norteadores de hábitos cognitivos que apenas replicam armadilhas coloniais. Por isso, ao invés dos subterfúgios habituais (banir diferenças, aderir a parâmetros dados a priori, e ignorar opacidades); a proposta é desestabilizar algumas lógicas que têm sobrevivido de maneira espectral. São elas: (1) as dicotomias entre natureza-cultura; (2) a compartimentação de saberes e (3) as hierarquizações entre humanos e outros seres vivos, assim como, entre sujeitos e objetos.Através de dois seminários e um encontro final, organizados em São Paulo e na Amazônia, serão propostas algumas compostagens aliando arte, ciência e filosofia para dar início aos estudos e debates. No senso comum, a compostagem é definida como um processo biológico para reciclar matéria orgânica em adubo natural. No entanto, para alguns autores que compõem o quadro referencial deste projeto (João Paulo Barreto, Antonio Bispo, Mel Chen, Zairong Xiang, Vinciane Despret, Donna Haraway e Anna Tsing), compostagens e semeaduras também são culturais, uma vez que não há como separar natureza e cultura. Trata-se de processos vivos para fazer-com (humanos e mais-que-humanos) e reinventar histórias.Entre os principais termos que este projeto mobiliza destacam-se: a fabulação (Nyong'o 2018, Greiner 2017 e Haraway 2023), a animacidade (Chen 2012), a artisticidade (Yuasa 1987, Manning 2016 e Williams 2019 ), o comum-ismo (Gielen 2018) e as falhas (Bueno, 2020), consideradas como dispositivos de transformação para comunidades que resistem e reimaginam seus futuros. Além dos resultados esperados para projetos acadêmicos - como livros, artigos e seminários - a proposta será fortalecer o fluxo entre as universidades e outras redes de saberes que exploram estratégias de pesquisa concebidas a partir de alianças entre práticas ancestrais e ações micropolíticas contemporâneas. (AU)