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As relacoes familiares em clarice lispector.

Processo: 98/02220-6
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de abril de 1998
Data de Término da vigência: 31 de março de 2002
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras - Teoria Literária
Pesquisador responsável:Suzi Frankl Sperber
Beneficiário:Luiz Antonio Mousinho Magalhaes
Instituição Sede: Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Paródia   Estudos interdisciplinares   Literatura brasileira
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Interdisciplinaridade | Literatura Brasileira | Literatura E Cultura | Parodia | Teoria Da Narrativa

Resumo

O lar é o local onde se enraíza mesmo o habitual, o costumeiro. É o ambiente do já sabido, do previsível, onde estão dispostos objetos que somem aos nossos olhos, já tão habituados, cegos de tanto vê-los. Mas eis que surge a literatura, para provar que pedra è pedra. Para despertar a visão de arestas insuspeitadas nesses mesmos objetos de contornos perdidos. Arestas que ferem e revelam, arranham o olhar, interferindo nele, restaurando seu alcance. A obra de Clarice Lispector nos faz ver o homem mergulhado no universo da cultura, da cultura civilizada ocidental, da média burguesia urbana brasileira. Discorrendo sobre o pensamento de um Walter Benjamin posto em diálogo com Freud, Sérgio Paulo Rouanet assinala que "pela cultura o homem se perde, porque ela é ideologia e dominação". Mas, ao mesmo tempo, "graças a ela, ele se salva, porque a cultura fornece o repertório simbólico que dá acesso à verdade e permite pensar uma ordem além da violência". A obra de Clarice descortina um a dimensão existencial amplamente contaminada pela dimensão cultural e, assim, nos dá a ver o universo da cultura como o mapa de nossas possibilidades, talvez tornadas mais generosas pela experiência estética. O trabalho que propomos tem por objetivo verificar na obra da escritora como estão tematizadas as relações familiares, tanto no que toca aos laços de família propriamente ditos, quanto ao que há de adjetivado como familiar nos nexos das relações práticas com o mundo e é desestabilizado pela reveladora visão epifânica. Partindo dos contos da autora, o estudo pretende perceber como a linguagem literária vai lidando com as noções de estranho e familiar. Para operacionalizar a leitura pretendemos utilizar, entre outros conceitos, as noções de paródia e estilização, conforme proposto por Mikhail Bakhtin, e a distinção entre focalizador e narrador, conforme proposto por G. Genete, nas suas categorias mais amplas de Modo e Voz. Devemos utilizar ainda outros recursos da teoria literária - e da teoria da narrativa em particular-articulados com questões discutidas por outras disciplinas das ciências humanas, como antropologia, história, psicanálise, sociologia, filosofia. (AU)

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Publicações acadêmicas
(Referências obtidas automaticamente das Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado de São Paulo)
MAGALHAES, Luiz Antonio Mousinho. Clarice Lispector e os jardins da razão: lugar-comum e reconstrução da experiencia. 2002. Tese de Doutorado - Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Instituto de Estudos da Linguagem Campinas, SP.