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Metabolismo urbano e produção social de risco no contexto periférico: uma análise dos impactos das obras do PAC Drenagem Aricanduva em favelas de São Paulo

Processo: 25/01743-4
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Programa Capacitação - Treinamento Técnico
Data de Início da vigência: 01 de abril de 2025
Data de Término da vigência: 31 de julho de 2026
Área de conhecimento:Ciências Sociais Aplicadas - Planejamento Urbano e Regional - Fundamentos do Planejamento Urbano e Regional
Pesquisador responsável:Rosana Denaldi
Beneficiário:Júlia do Nascimento de Sá
Instituição Sede: Centro de Engenharia, Modelagem e Ciências Sociais Aplicadas (CECS). Universidade Federal do ABC (UFABC). Ministério da Educação (Brasil). Santo André , SP, Brasil
Vinculado ao auxílio:22/12259-8 - Centro de Estudos da Favela (CEFAVELA)., AP.CEPID
Assunto(s):Áreas de pobreza   Intervenção urbana
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Favelas | gestão de riscos e desastres | metabolismo urbano | Produção social do risco | urbanização de favelas | Intervenção urbana

Resumo

A expansão das cidades impulsionada pelo capitalismo foi acompanhada pela segregação socioeconômica e degradação da vida urbana e da natureza, resultando na criação de centralidades políticas e econômicas e, ao mesmo tempo, fragmentação do espaço em periferias (Lefebvre, 2008). O período industrial capitalista intensificou os impactos ambientais e nas relações da sociedade com a natureza, compreendido como metabolismo, provocando rupturas irreparáveis nas interações entre sociedade e natureza (Foster, 2005; Saito, 2021).Nas cidades brasileiras, especialmente nas periferias de São Paulo, o atual contexto urbano desigual ainda reflete o fenômeno da espoliação urbana formulado por Kowarick (1979; 2000) - caracterizado pela soma de precariedades e ausências de serviços coletivos, especialmente inacesso à moradia, além da falta de serviços básicos como água, saneamento, transporte e outros, resultantes da extorsão da população trabalhadora durante o período industrial. No entanto, a urbanização atual não é mais impulsionada pelo processo de industrialização (Pereira, 2008), mas também por diferentes processos espoliativos (Pereira, 2016), além do avanço da financeirização urbana no país (Klink; Souza, 2017). As lógicas contemporâneas da produção do espaço urbano tem evidenciado ligações entre a produção das infraestruturas e do imobiliário, que se apropriam economicamente do espaço e instrumentalizam a natureza para ganhos econômicos, engendrando desigualdades (Ferrara, 2018). Conforme a autora, essa dinâmica tem impactado o metabolismo urbano, e estamos vivendo uma transição de um metabolismo urbano industrial para imobiliário e financeiro.As inúmeras situações de risco de desastre, portanto, não são processos naturais, mas socialmente construídas por ações humanas e processos políticos e econômicos na história (Veyret, 2007). A título de exemplo, a atual crise climática tem intensificado eventos extremos globalmente, porém provoca impactos de forma mais severa para as populações pobres e racializadas, como evidenciam os recentes relatórios do IPCC. Apesar da crescente relevância da pauta ambiental, a natureza ainda não ocupa papel central nos estudos urbanos críticos (Ferrara, 2018).Nesse contexto, a presente pesquisa visa analisar as obras do PAC Drenagem Aricanduva, articulando a discussão teórica do metabolismo e risco como construção social, principalmente no contexto de favelas em São Paulo. Para alcançar o objetivo principal, serão utilizados diferentes procedimentos metodológicos, tais como: revisão da literatura, análise documental e trabalhos de campo. Trata-se de uma continuação de uma pesquisa de mestrado, cujos resultados preliminares indicam uma relação entre as intervenções do programa e situações de novos riscos, além da reprecarização nas favelas estudadas na região leste de São Paulo.

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