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O Ensaio Sobre a Cegueira e a teologia negativa: a negação de (a)Theos

Processo: 09/15705-4
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
Data de Início da vigência: 01 de maio de 2010
Data de Término da vigência: 31 de dezembro de 2010
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras - Literaturas Estrangeiras Modernas
Pesquisador responsável:Suzi Frankl Sperber
Beneficiário:Marcella Abboud
Instituição Sede: Instituto de Estudos da Linguagem (IEL). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Campinas , SP, Brasil
Assunto(s):Deus
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Deus | Ensaio Sobre a Cegueira | Saramago | Teologia Negativa | Theos | Literatura Portuguesa Moderna

Resumo

O presente projeto tem por objetivo analisar o romance Ensaio Sobre a Cegueira de José Saramago, a fim de problematizar as metáforas e os símbolos do romance em seus aspectos teologicamente subversivos. Trabalharemos os símbolos e metáforas, especialmente aqueles com sentidos heréticos, levando em conta a doutrina cristã, os dez mandamentos e as virtudes teologais e cardeais. Recorreremos ainda a Erich Auerbach, especificamente ao 1º capítulo de Mimesis. Cf. escreveu Sperber "segundo Erich Auerbach, o texto evangélico sublinha 'a luta entre aparência sensível e significação'. Saramago destrói esta luta, iluminando tão fortemente o que seria a aparência sensível, que a significação é um pouco achatada." Como a negação de Deus é explícita em Saramago, é praticamente inevitável recorrer à teologia negativa, pois ao trabalhar essas imagens de forma quase íntima, caracterizando e ironizando as metáforas que indicam a presença divina, o que Saramago parece fazer é começar um processo, por meio da literatura, de negação da teologia negativa. Sendo assim, a negação da negação (visto que a teologia negativa propõe o silêncio, para designar a Deus, e não a afirmação d'Ele, nem a sua negação) revela que em certa medida Saramago trabalha com um paradoxo fundamental.Pretende-se, enfim, observar de que maneira a literatura e seus meandros (metáforas, símbolos, imagens) funcionam dentro da obra saramaguiana como mecanismo de negação da própria teologia negativa e, de acordo com Derrida, até do próprio ateísmo, tão caro a Saramago, uma vez que o discurso apofático transita entre a teologia e o ateísmo.

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