Desenvolvimento de sistema de cocultura de celulas para estudar o efeito de novos complexos de estrôncio e flavonoides com possível aplicação na regeneração do osso e da cartilagem

Resumo

O deslocamento demográfico do envelhecimento populacional e o surgimento de doenças crônicas podem afetar as capacidades regenerativas dos tecidos, incluindo tecido ósseo e cartilaginoso. Esses problemas despertam a busca por biomateriais capazes de auxiliar na regeneração e cicatrização desses tecidos. Nesta perspectiva, o uso de estrôncio e flavonoides para terapias ósseas e cartilaginosas tem atraído a atenção na pesquisa cientifica, pois combinam propriedades osteofílicas, osteoindutoras e propriedades anti-inflamatórias de ambas moléculas. No entanto, uma etapa muito importante na triagem de novas drogas e biomateriais é o modelo usado para avaliar os efeitos biológicos. Até o momento, não há estudos na literatura avaliando o efeito de complexos compostos de estrôncio e flavonóides em modelos de cocultura composto por células ósseas, imunes e cartilaginosas, o que pode ser muito promissor para entender o que acontece em um modelo mais confiável do microambiente osso/cartilagem. Foi mostrado que o estrôncio tem um efeito estimulante sobre os osteoblastos e um efeito inibidor sobre a atividade dos osteoclastos, porém não há dados sobre os efeitos simultâneos em ambas as células, em um modelo de cocultura celular. Além disso, o uso de modelos de sistemas de cocultura em pesquisas científicas é emergente para triagem de novas moléculas/complexos ou biomateriais, reduzindo etapas para estudos in vivo posteriores. Dessa forma, a presente proposta visa desenvolver diferentes modelos de cocultura compostos por osteoblastos, macrófagos, condrócitos e células progenitoras para triagem e estudo do potencial de novos complexos de estrôncio e flavonóides veiculados por colágeno tipo I e/ou tipo II para (1) promover a diferenciação osteogênica e a formação óssea em modelo de cocultura composto por osteoblastos e osteoclastos; (2) promover a osteogênese e potencial imunomodulador em uma cocultura composta por osteoblastos e macrófagos para a regeneração óssea, e (3) promover a modulação da condrogênese em uma cocultura composta por condrócitos e células mesenquimais. O complexo com melhor a atividade in vitro será selecionada para estudos in vivo.