Mecanismos celulares da regeneração em holotúrias (Echinodermata: Holothuroidea): papel dos esferulócitos

Resumo

A reposição de células e tecidos é uma característica comum entre os metazoários. No entanto, o grau morfológico e funcional desta recuperação é bastante variado, sem uma relação direta com níveis evolutivos. Vertebrados tais como Danio e Xenopus podem apresentar processos regenerativos bastante extensos, da mesma forma que vários invertebrados. Dentre os invertebrados onde estes mecanismos já foram investigados, os equinodermos são um dos mais conhecidos. Neste grupo, a reposição de tecidos e órgãos podem servir não apenas para o reparo de tecidos danificados, mas também a uma variedade de processos biológicos tais com reproduções e defesa. Das cinco classes que compõe o filo, as holotúrias são talvez as que apresentam a maior diversidade de processos regenerativos. Estes organismos podem ser capazes de formar um organismo inteiro a partir de um fragmento contendo apenas partes da região anterior do corpo. Um dos fenômenos mais notáveis neste grupo é a evisceração, no qual ocorre a ejeção de parte ou todos os órgãos internos, que são posteriormente regenerados e voltam ao estado funcional. Recentemente tem havido um crescimento nas informações a respeito de algumas das moléculas envolvidas nestes eventos. No entanto, poucos organismos já foram submetidos a estudos, e vários detalhes destes processos ainda são desconhecidos. Alguns trabalhos descrevem a participação de esferulócitos, um tipo celular caracterizado por inclusões em seu citoplasma, mas sua exata função durante o processo é discutida, sendo-lhes atribuídos papéis diversos. Desta forma, o projeto visa caracterizar os mecanismos celulares envolvidos na regeneração dos tecidos em Holothuroidea, buscando definir o papel dos esferulócitos neste processo. (AU)