Adaptações autonômicas e cardiovasculares em atletas de alto rendimento: influência da modalidade e periodização do treinamento físico

Resumo

O treinamento físico de moderada intensidade desencadeia importantes adaptações e benefícios ao sistema cardiovascular. Por outro lado, o treinamento físico de alta intensidade, realizado por atletas de elite, é capaz de provocar adaptações cardiovasculares extremas. A bradicardia de repouso, importante marcador da eficácia do treinamento físico, tem sido bastante pronunciada nessa população, podendo chegar a 25bpm. As modificações estruturais cardíacas são, também, bastante expressivas, o que fez com que alguns autores denominassem esses corações de "coração de atleta". Entretanto, a magnitude dessas adaptações pode variar amplamente entre os atletas e alguns fatores poderiam contribuir para isto, dentre eles: 1) a modalidade esportiva (modalidade com predomínio de componente dinâmico - aeróbio; com predomínio de componente estático - força; ou com ambos componentes - modalidade mista), 2) o período do treinamento físico (básico ou competitivo); 3) o tempo engajado em treinamento para competição; 4) o sexo dos atletas e 5) o nível do atleta (amador ou elite). Além das diferentes magnitudes de adaptações na estrutura cardíaca e no ritmo cardíaco, os mecanismos envolvidos para explicar tais adaptações ainda são bastante controversos na literatura. Um dos motivos para tal controvérsia parece estar relacionado à falta de controle dos fatores citados acima. Assim, acreditamos que um estudo com controle da modalidade esportiva e do período de treinamento em atletas de elite seja de grande importância para o melhor conhecimento da regulação e adaptação cardiovascular nessa população, auxiliando na diferenciação entre a adaptação fisiológica e não fisiológica na prática clínica. Desta forma, no presente projeto, objetivamos estudar o papel de três modalidades esportivas (ciclismo, corrida e remo) e de dois períodos de treinamento físico (básico e competitivo) nas respostas hemodinâmicas, na estrutura cardíaca e no controle autonômico cardíaco de atletas de elite. (AU)