Galáxias em interação: efeitos na população estelar e nas propriedades físicas do gás ionizado

Resumo

Existem inúmeras evidências que as interações de galáxias são fatores importantes no aumento tanto da taxa de formação estelar quanto na atividade estelar nestas galáxias. Entretanto, não existe ainda um acordo claro na literatura sobre a correlação entre a atividade e a interação. Além disso, acredita-se que os movimentos dos gases criados pelas interações podem também alterar significativamente o estado químico das galáxias e modificar o gradiente de metalicidade radial frequentemente encontrado nas galáxias isoladas do tipo disco. Recentemente, evidência para essa hipótese foi encontrada em um estudo observacional de um par de galáxias em interação AM 2306-721 (Krabbe et al. 2008), onde a abundância de O/H estimada no disco da galáxia principal apresentou um gradiente radial bem definido, enquanto que na galáxia companheira a abundância de oxigênio mostrou-se relativamente homogênea. Neste projeto propomos realizar um estudo sobre os efeitos da interação na atividade nuclear, formação estelar, características da população estelar, no campo de velocidade, e na distribuição da abundância de O/H para uma amostra de galáxias em interação. A amostra de galáxias foi selecionada principalmente da classe morfológica I do catálogo Arp & Madore (1987) (espirais em interação com companheiras pequenas). Para este projeto dispomos de dados espectrofotométricos de fenda longa no intervalo de 3600 a 7300 Å, obtidos com o espectrógrafo GMOS acoplado ao telescópio de 8m do Gemini Sul para 8 pares de galáxias em interação, assim como para 14 sistemas de galáxias aparentemente em interação; para as quais, nenhuma informação é disponível até o presente momento sobre suas velocidades radiais. (AU)