Avaliação do risco de evolução da resistência de Spodoptera frugiperda (J. E. Smith) e Diatraea saccharalis (Fabricius) à proteína VIP3Aa20 expressa em milho geneticamente modificado no Brasil

Resumo

Na cultura do milho, a lagarta-do-cartucho Spodoptera frugiperda (J.E. Smith) e a broca-do-colmo Diatraea saccharalis (Fabricius) são dois dos principais lepidópteros-praga. Nos últimos anos, para o controle desses insetos-praga têm sido utilizados eventos de milho geneticamente modificado que expressam proteínas inseticidas de Bacillus thuringiensis (Bt) Berliner. Quase que a totalidade de eventos de milho Bt liberados comercialmente no Brasil expressa proteínas Cry de Bt. Em 2009, a Comissão Técnica Nacional de Biosegurança (CTNBio) liberou comercialmente um evento de milho (MIR 162®) que expressa a Proteína Inseticida Vegetativa VIP3Aa20 de Bt, a qual tem como pragas-alvo de controle S. frugiperda e D. saccharalis. Essa proteína inseticida se caracteriza por possuir sítio de ação no intestino médio dos insetos diferente daquele das proteínas Cry, sendo uma importante ferramenta para o Manejo da Resistência de Insetos (MRI) a todas as proteínas Cry expressas em milho Bt. No contexto de MRI, uma das principais ameaças para a sustentabilidade do milho MIR 162® diz respeito ao risco de evolução da resistência de populações das pragas-alvo de controle. Desse modo para preservar a vida útil dessa tecnologia existe a necessidade do estabelecimento de um programa pró-ativo de MRI ao milho MIR 162® com o objetivo de retardar ou evitar a evolução da resistência e salvaguardar essa tecnologia para o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Para subsidiar um programa de MRI serão conduzidos estudos para avaliar o risco de evolução da resistência de S. frugiperda e D. saccharalis ao milho MIR 162® com a proteína VIP3Aa20 no Brasil com o objetivo de estabelecer as linhas-básicas de suscetibilidade e conhecer a variabilidade geográfica na suscetibilidade a VIP3Aa20 em populações de S. frugiperda e D. saccharalis coletadas nas principais regiões produtoras de milho no Brasil, avaliar se o evento MIR 162® é de alta dose para o MRI e sua eficácia de controle das duas pragas-alvo.