Estudo da variabilidade individual observada nas alterações comportamentais de camundongos após a administração crônica de nicotina

Resumo

O consumo do tabaco teve origem na América antiga, disseminando-se pela Europa a partir do século XVI e tendo diversas formas de consumo com o passar dos séculos, até a ascensão do cigarro em meados do século XIX. Atualmente cerca de um terço da população mundial é fumante, sendo que mais de cinco milhões dessas pessoas são levadas a óbito por ano em decorrência desse hábito. A nicotina é o princípio ativo do tabaco que, assim como as demais substâncias potencialmente viciantes, é capaz de alterar a organização do sistema nervoso central de modo a favorecer o desenvolvimento da dependência. Algumas das neuroadaptações desenvolvidas com o uso crônico da nicotina estão relacionadas com os processos de tolerância aos seus efeitos depressores e de posterior sensibilização comportamental, que é comum a todas as drogas psicoestimulantes e se caracteriza pelo aumento gradual e duradouro da atividade locomotora induzido pela administração repetitiva de drogas de abuso. Apesar de serem procedimentos bem estabelecidos, tanto a tolerância aos efeitos depressores quanto a sensibilização comportamental podem ou não se manifestar, havendo uma grande variabilidade individual nessa expressão. Diversos fatores estão relacionados com essa variabilidade individual, sendo que esse projeto busca compreender tanto os fatores que levam às alterações comportamentais como suas relações com a variabilidade individual observada nesse processo. (AU)