Monitoramento de raças de Bremia lactucae em alface, avanço de linhagens de alface crespa resistentes e interação genótipo x ambiente

Resumo

A alface é o grupo de hortaliças de maior consumo no Brasil, no entanto, a dificuldade em produzi-la vem aumentando, principalmente pela infestação das áreas de produção por Bremia lactucae, causador do míldio, principal doença da alface, sendo o desenvolvimento de cultivares resistentes uma das medidas de controle mais eficiente e econômica. Apesar dos benefícios proporcionados pelo plantio de cultivares resistentes, o uso de genes de resistência em alface, possuem curta duração, devido a ampla variabilidade genética de B. lactucae. Dessa forma, verifica-se que o monitoramento anual dos municípios quanto a presença ou ausência de novas raças de B. lactucae é de grande importância, uma vez que se torna possível selecionar genes que conferem resistência a doença. Diante do exposto, pretende-se com este estudo: avançar as progênies de alface crespa resistentes a B. lactucae, raças SPBl:01 a SPBl:09, desenvolvidas pelo Programa de Melhoramento Genético da UNESP-FCAV, até a geração F6; estudar a interação genótipo x ambiente dessas progênies em dez localidades e em duas épocas de cultivo, no Estado de São Paulo e; monitorar as raças de B. lactucae nos principais municípios produtores de alface do Estado de São Paulo. O projeto será realizado em duas etapas. A primeira etapa será realizada no Setor de Olericultura e Plantas Aromático-Medicinais (UNESP-FCAV). Esta consistirá no avanço das linhagens da geração F3 à geração F6, com teste de comprovação da resistência na geração F6. A segunda etapa consistirá no estudo da interação genótipo x ambiente em dez localidades do Estado de São Paulo (Jaboticabal, Monte Alto, Ribeirão Preto, Araraquara, Bauru, Marília, Mogi das Cruzes, Biritiba Mirim, Salesópolis e Registro), em duas épocas de cultivo (primavera-verão e outono-inverno). O experimento de interação genótipo x ambiente será conduzido no delineamento em blocos casualizados, utilizando as progênies avançadas, duas cultivares comerciais e três repetições. Após a colheita as variáveis avaliadas serão: massa fresca da parte aérea, massa seca da parte aérea, diâmetro médio, altura da planta, volume de plantas, número de folhas por planta e produtividade (kg ha-1). Para processamento dos dados realizar-se-á as seguintes análises: análise de variância individual relativo aos diferentes ambientes, análise de variância conjunta, análise de adaptabilidade e estabilidade, estratificação de ambientes por índice de dissimilaridade e análise de agrupamento multivariada. Juntamente com o avanço das progênies e avaliação da interação genótipo x ambiente serão coletados isolados de B. lactucae de diferentes regiões produtoras de alface no Estado de São Paulo nos anos de 2012 e 2013. Os isolados coletados serão levados para o Laboratório de Genética e Melhoramento de Olerícolas, do Departamento de Produção Vegetal (UNESP-FCAV) e inoculados na cultivar suscetível Solaris, até que se obtenha a quantidade de esporângios suficiente para utilização no teste de diferenciação de raças. Posteriormente os isolados serão inoculados nas cultivares diferenciadoras e, no mesmo dia do aparecimento da primeira esporulação na cultivar suscetível 'Green Tower (DM 0)', estas serão avaliadas quanto a presença ou não de lesões esporulantes e pontos necróticos. Todos os materiais que se mostrarem suscetíveis a determinada raça terão seus valores somados dentro de cada grupo e o resultado será separado por uma barra, podendo-se identificar as raças presentes em cada isolado. (AU)