O impacto da testosterona sobre a movimentação dentária ortodôntica: um estudo in vivo

Resumo

O pico de hormônios durante a puberdade pode modular a resposta de pacientes frente ao tratamento ortodôntico. No entanto, o papel da testosterona durante a Movimentação Dentária Ortodôntica (MDO) ainda foi pouco estudado. O objetivo deste estudo é avaliar o impacto da deficiência, da reposição e de doses suprafisiológicas de testosterona durante a MDO em modelo animal durante a puberdade. Ratos Wistar (n=72) aos 23 dias de vida serão divididos em 4 grupos experimentais. Em dois grupos, a orquiectomia será realizada para a deficiência de testosterona, sendo que em 1 dos grupos será administrado Undecilato de Testosterona (UT) para reposição hormonal. Sham Surgery será realizado em 2 grupos, e em 1 grupo será administrado UT em doses suprafisiológicas. Aos 50 dias de vida, MDO será induzida através de uma mola helicoidal que será instalada no primeiro molar superior esquerdo sob uma força de 0.25 N. A MDO não será feita do lado direito da maxila, sendo este o lado controle. Os animais serão eutanasiados após 5 e 10 dias de MDO. Lâminas histológicas serão coradas com HE para análise de inflamação, Picrosirius para quantificação de colágeno, e TRAP para análise de osteoclastogênese, além de imunomarcações e expressão gênica por RT-qPCR para RANKL, OPG, RUNX2, BMP-2 e VEGF. O estresse oxidativo será avaliado por imunomarcação do NOS endotelial e apoptose pelo método TUNEL. A função cardíaca será avaliada pela concentração sérica de troponina i e a glândula adrenal pela corticotrofina. A qualidade óssea e o volume de reabsorção radicular serão analisados por microtomografias 3D. Os dados serão analisados estatisticamente sob um nível de significância de 95%. Este estudo tem o potencial de gerar resultados inéditos e diretamente aplicáveis no tratamento ortodôntico de adolescentes, com intuito de investigar sobre a necessidade de os ortodontistas considerarem os níveis hormonais para definir a estratégia de tratamento. (AU)