Remoção de antibióticos do meio aquoso por adsorventes e nanocompósitos produzidos a partir de resíduos de biomassas da indústria sucroalcooleira

Resumo

O acesso à água limpa e ao saneamento básico são direitos fundamentais e essenciais à vida. Sabe-se que a dificuldade a este acesso não se dá somente pela falta de quantidade, mas sim, também, pela qualidade da água disponível para a população, uma vez que diversos e exigentes parâmetros de qualidade devem ser considerados. Dentre os contaminantes frequentemente reportados em corpos hídricos destacam-se os fármacos que mesmo em concentrações baixas podem causar efeitos deletérios aos seres humanos e à biota, que possuem baixíssima biodegradabilidade, sendo relacionados ao desenvolvimento de genes e bactérias resistentes. Novos processos e tecnologias vem sendo avaliados para remover tais poluentes que atualmente não são totalmente removidos pelas técnicas usualmente empregadas nas estações de tratamento de água e efluentes. O emprego de adsorventes como o carvão ativado, o qual pode ser obtido através de diferentes resíduos de biomassa de fontes renováveis, minimizando custos, têm sido reportado para remoção de fármacos, incluindo antibióticos do meio aquoso. Recentemente, tais adsorventes têm sido associados a nanopartículas ferromagnéticas para favorecer a sua remoção do meio líquido após o processo de adsorção. Neste ínterim, o presente projeto propõe: 1) Predição e priorização de antibióticos para serem removidos da água tendo como referência de quantitativos de consumo de tais substancias os municípios que compõem a bacia hidrográfica da represa Guarapiranga (São Paulo, Brasil), considerando os dados de comercialização, parâmetros físico-químicos e toxicológicos; 2) Desenvolvimento de carvão ativado e nanocompósitos a partir de resíduos de biomassa de bagaço da cana e levedura de processos fermentativos industriais; 3) Aplicação dos adsorventes produzidos para remoção dos antibióticos priorizados por processos em batelada e em leito fixo. O presente projeto está em consonância com os objetivos do desenvolvimento sustentável estabelecido pela Organização das Nações Unidas, especificamente o que visa garantir a segurança hídrica e está associado ao projeto de pesquisa financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Auxílio Regular Proc. 2020/14419-7), coordenado pela Profa. Dra. Geórgia Labuto.