Análise dos efeitos histopatológicos e de desregulação endócrina na exposição crônica ao Diflubenzurom e ao Piriproxifen no modelo experimental Danio rerio

Resumo

Os impactos antrópicos em ambientes aquáticos ocasionam a exposição da fauna e flora a inúmeras substâncias, das quais, muitas vezes, desconhecemos seus reais efeitos. Dentre os agentes que são constantemente liberados, os praguicidas mostram-se relevantes, não só pelas quantidades utilizadas, mas também pela diversidade de compostos produzidos e registrados no Brasil. Embora alguns especialistas defendem que não há risco se a quantidade de ingredientes ativos estejam dentro do limite regulamentado, dados de ocorrência de ingredientes ativos de praguicidas nos ambientes aquáticos brasileiros ainda são escassos. Entre os testes ecotoxicológicos com peixes, o modelo baseado no zebrafish tem se tornado popular para avaliação da toxicidade, principalmente por ser um organismo com anatomia, fisiologia e desenvolvimento similares a vertebrados superiores e por ser representativo e reconhecido como modelo em ambientes aquáticos. Portanto este projeto visa utilizar diversos biomarcadores para avaliar os efeitos dos ingredientes ativos dos compostos Diclubenzurom (DBZ) e Piriproxifen (PPF), dois praguicidas muito utilizados que podem representar riscos para a vida aquática e a saúde humana, focando na sua ação individual. Para isso, este projeto realizará análises voltadas a identificação de alterações histopatológicas no fígado, brânquias e gônadas, além da possível ação destes agentes como interferentes endócrinos. Estas análises trazem um caráter multidisciplinar ao projeto permitirão a produção de dados relevantes para o crescimento do conhecimento da toxicologia ambiental e a identificação de como tais substâncias em mistura podem interagir com a biota, visando a conservação de espécies e a geração de dados que auxiliem a reformulação e atualização da legislação brasileira. (AU)