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Políticas de atração: relações artístico-culturais entre Estados Unidos e Brasil nas décadas de 1960 e 1970

Processo: 22/04003-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Data de Início da vigência: 01 de julho de 2022
Data de Término da vigência: 30 de junho de 2023
Área do conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Artes - Fundamentos e Crítica das Artes
Pesquisador responsável:Dária Gorete Jaremtchuk
Beneficiário:Dária Gorete Jaremtchuk
Instituição Sede: Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):História da arte  Guerra Fria  Guerra cultural  América Latina  Brasil  Estados Unidos  Publicações de divulgação científica  Produção científica  Livros 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Guerra Fria Cultural na América Latina | Relações Culturais EUA e Brasil | História da Arte

Resumo

O tema das relações culturais entre Brasil e Estado Unidos é complexo e polissêmico. Ainda que muitas análises tenham sido realizadas, as questões estão longe de terem sido esgotadas. As discussões aqui apresentadas exploram facetas pouco discutidas sobre as naturezas das iniciativas dos EUA em direção ao meio artístico brasileiro nas décadas de 1960 e 1970. Partiu-se do princípio, confirmado ao longo da pesquisa, que havia uma distância entre a realidade, os silêncios tácitos e os objetivos camuflados. Ao longo do trabalho, foram surgindo indagações sobre interferências de agentes exógenos ao campo das artes: quais ações foram propostas e com quais propósitos? Como identificá-las e mensurar os seus efeitos? Intercâmbios e exposições de arte foram utilizados como instrumentos nas disputas político-ideológicas? Como artistas, críticos e diretores de instituições reagiram às instrumentalizações? As análises realizadas no livro possibilitam conhecer as ressonâncias no meio artístico brasileiro provocadas pelas "políticas de atração" norte-americanas. Sem pretender esgotar o tema proposto, o direcionamento do estudo foi o de identificar vínculos entre ações para o campo das artes e diretrizes políticas lançadas por setores do governo dos EUA, particularmente relacionadas à Guerra Fria Cultural na América Latina. Nesse sentido, a intensificação da presença das artes norte-americanas nos espaços artísticos provocou maior interesse por essa produção, assim como os intercâmbios e as premiações contribuíram para a consolidação da rota artístico-cultural entre ambos os países. Diferentemente da Política da Boa Vizinhança, lançada pelos EUA na década de 1930, que havia privilegiado a promoção da cultura de massa e de entretenimento, as "políticas de atração" voltaram-se a públicos específicos - como, no caso das artes, a uma elite culta e educada. Diagnósticos realizados pelo Serviço de Informação Norte-americano (USIS) haviam revelado que esse grupo social reconhecia a excelência das artes europeias, de detrimento da norte-americana. Para reverter essa realidade - o que não parecia difícil devido à disponibilidade e receptividade desse setor da sociedade brasileira -, era necessário somente expô-la a produções artísticas de alta qualidade e originalidade. Como se pode acompanhar ao longo do livro, entre as inúmeras atividades propostas para essa reversão estava a promoção de mostras circulantes e de intercâmbios. Seguramente, as "políticas de atração" contribuíram para a consolidação da rota de artistas, diretores de museus e críticos de arte brasileiros para os Estados Unidos. O trânsito da década de 1960, intensificado pelas "políticas de atração", apresenta denominadores históricos e se configura como um fenômeno coletivo. Desse modo, a opção da viagem para Nova Iorque teria se afirmado não apenas pela importância do lugar no tabuleiro das artes contemporâneas, mas por ações que tornaram as instituições norte-americanas visíveis e atrativas no meio brasileiro. Apesar dos dispositivos de sedução e dos agentes de promoção para as artes, entretanto, a cena nova-iorquina não se tornou por isso mais inclusiva ou aberta para os que lá chegaram. Ao final dessa jornada, fica-se com a pretensão, por um lado, de que as reflexões apresentadas possam ajudar a iluminar territórios ainda pouco explorados da história das relações artísticas e culturais entre Estados Unidos e Brasil, e, por outro, que estimulem novas investigações e interpretações que façam uso das análises e das documentações oferecidas na publicação. (AU)

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