Resumo
Hábitos relacionados ao estilo de vida como alimentação, prática de atividade física, qualidade do sono e estresse estão diretamente relacionados com a propensão ao desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Estes hábitos têm ainda uma grande influência em outras esferas da vida, impactando inclusive na performance profissional do indivíduo, o que acarreta maior custo para as empresas (menores índices de produtividade, absenteísmo, alta sinistralidade nos planos de saúde). Cientes da influência da qualidade de vida no desempenho profissional, muitas empresas promovem programas de atenção à saúde, em diversas áreas. Neste contexto, o oferecimento de programas que atuem especificamente nas necessidades dos colaboradores favorece o êxito de tais intervenções. Contudo, percebe-se que, em geral, as empresas não apresentam uma ferramenta para diagnosticar qual área do estilo de vida os colaboradores apresentam maior necessidade de mudança ou possuem maior propensão a mudar. Similarmente, a maioria dos programas oferecidos não possui uma métrica para avaliar o estado de saúde geral do colaborador antes e após a intervenção, o que faz com que a empresa muitas vezes não consiga quantificar objetivamente o sucesso da atividade. Com base no exposto, nosso objetivo é desenvolver uma ferramenta para que as empresas possam avaliar a condição de saúde dos seus colaboradores, de modo simples e rápido, através da análise do seu estilo de vida. Não existe no mercado um produto escalável, que identifique precocemente os indivíduos que apresentam maior risco de desenvolvimento de DCNT, indique qual a área do estilo de vida merece maior atenção e qual área o indivíduo encontra-se mais propenso a realizar mudanças, justificando o desenvolvimento desta pesquisa. Com base em guidelines internacionais, foi elaborado um questionário para a avaliação do estilo de vida, que analisa as seguintes áreas: saúde geral, nutrição, atividade física, sono e saúde mental. As perguntas que compõem todas as seções do questionário já foram elaboradas. Contudo, a seção referente à atividade física, que determina o risco de desenvolver DCNT a partir do valor do condicionamento cardiorrespiratório (VO2 max) necessita de uma validação prévia para que o resultado gerado pelo questionário seja confiável. Normalmente a determinação do VO2max é feita através de teste ergoespirométrico, que exige equipamentos caros, envolvem profissionais altamente capacitados e são difíceis de executar em larga escala. Por este motivo, será realizada inicialmente a validação da equação que estima do VO2 max dos indivíduos, através da realização de testes ergoespirométricos. Em um segundo momento, o questionário será aplicado em colaboradores de uma empresa privada. Uma nota de saúde será calculada para cada colaborador e gerada uma classificação de risco de desenvolvimento de DCNT, por área do estilo de vida. A nota de saúde será correlacionada com índices corporativos de absenteísmo e produtividade e espera-se encontrar uma correlação positiva entre estes fatores. Caso os resultados esperados se confirmem, teremos embasamento para o desenvolvimento de uma ferramenta escalável que possibilitará uma triagem rápida da condição de saúde e servirá como direcionadora de políticas de saúde no ambiente corporativo. (AU)
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