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Pesquisa clínica de extratos vegetais no tratamento da malária a partir de matéria prima padronizada: Artemisia annua (VAR.CPQBA)

Processo: 09/53639-3
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Temático
Data de Início da vigência: 01 de novembro de 2010
Data de Término da vigência: 31 de maio de 2013
Área do conhecimento:Ciências Biológicas - Parasitologia
Acordo de Cooperação: CNPq - Pronex - Rede Malária
Pesquisador responsável:Pedro Melillo de Magalhães
Beneficiário:Pedro Melillo de Magalhães
Instituição Sede: Centro Pluridisciplinar de Pesquisas Químicas, Biológicas e Agrícolas (CPQBA). Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Paulínia , SP, Brasil
Assunto(s):Malária  Artemisia annua  Extratos vegetais 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Artemisia Annua | Malaria | Pesquisa Clinica

Resumo

O uso tradicional do chá antimalárico de Artemisia annua, espécie substancialmente melhorada através do desenvolvimento recente de genótipos ricos e padronizados em mais de 1% de artemisinina, conta com a comprovação científica de seu potencial terapêutico para o tratamento da malária falciparum. Nesta pesquisa, se propôs avaliar o nível do potencial terapêutico do infuso de A. annua em relação ao tratamento de maior eficácia na década atual, a combinação artemeter-lumefantrina (Coartem®). O estudo seguiu protocolo oficial aprovado pelo Comitê Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), com rigoroso controle clínico dos 17 pacientes com malária falciparum não grave recrutados em três municípios do estado do Pará-Brasil: Tucuruí, Goianésia do Pará, e Anajás. Os pacientes recrutados para o tratamento chá receberam o infuso preparado na razão de 1,25g de folhas secas da variedade CPQBA com 1% de artemisinina em 250mL de água fervente a cada 6 horas, durante 7 dias, totalizando aproximadamente 175mg de artemisinina, enquanto os pacientes do grupo artemether-lumefantrina(Coartem®) receberam o equivalente a 525mg de artemisinina em 3 dias. Os resultados mostraram que o controle da parasitemia no tratamento chá foi semelhante ao descrito na literatura quando a artemisinina era utilizada pura na dose total de 525mg, ou seja, a parasitemia negativa nos primeiros dias do tratamento com o chá mesmo sendo administrado em 1/3 da dose de artemisinina. No entanto, assim como ocorreu nas monoterapias com artemisinina ou artesunato, 57,1% dos pacientes tratados com o chá de A. annua apresentaram resistência do tipo I, com retorno da parasitemia por volta do dia 14 ou 21 do controle de cura. Nos demais, houve resistência do Tipo II/III, sem que manifestassem sinais ou sintomas de gravidade, mas, obedecendo ao protocolo, os pacientes foram resgatados para tratamento com artemether–lumefantrina (Coartem®), com subsequente negativação da parasitemia. O fato da eficácia do chá ter sido semelhante ao da artemisinina com apenas 1/3 da dose desta, infere que outros compostos presentes no extrato bruto, provavelmente flavonóides, tenham contribuído para negativar a parasitemia. Considerando que no grupo de pacientes controle, em que os derivados de artemisinina (artemether) estiveram associados a outros antimaláricos, com excelente resposta terapêutica, inclusive nos controles de cura, pesquisas futuras com o chá de A. annua também devem usar a estratégia de associação com outro antimalárico para perpetuar sua ação terapêutica, ou avaliar diferente formas de administração. Portanto, entendemos que o direcionamento adequado para as próximas ações sobre o chá de A. annua envolvem: 1) Neste estágio, não encorajar, seu uso pela população, pois apesar dos pacientes terem tido excelente resposta clínica, observou-se recrudescimento (Resistência do tipo I) ou não diminuição ou elevação da parasitemia (Resistência do tipo II/III) durante sua administração; e 2) Pesquisar combinações e associações para melhorar a sua eficácia. Esta pesquisa se insere no contexto do estudo clinico de plantas medicinais da flora brasileira com potencial para o tratamento da malária na forma de chá, de grande adesão pela população ribeirinha e, neste sentido, é de grande importância o prosseguimento da busca de espécies que possam ser associadas ao extrato bruto de A. annua visando aumentar sua eficácia antimalárica. (AU)

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