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A criança e o arquiteto: quem aprende com quem?

Processo: 12/22591-8
Modalidade de apoio:Auxílio à Pesquisa - Publicações científicas - Livros no Brasil
Data de Início da vigência: 01 de junho de 2013
Data de Término da vigência: 30 de junho de 2014
Área do conhecimento:Ciências Sociais Aplicadas - Arquitetura e Urbanismo - Projeto de Arquitetura e Urbanismo
Pesquisador responsável:Vera Maria Pallamin
Beneficiário:Vera Maria Pallamin
Instituição Sede: Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Metodologia participativa  Comportamento de brincar  Crianças  Publicações de divulgação científica  Produção científica  Livros 
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:arquitetura participatica | espaço do brincar | espaços educacionais | projeto com a criança | Projeto participativo | Espaços educacionais

Resumo

O encontro do arquiteto com a criança pode ser uma oportunidade para pôr em questão um entendimento convencional de arquitetura, no qual o arquiteto é tido como o único autor e como criador de objetos estáticos. Ao arquiteto que se dispõe a despertar sua "criança interna" e a observar e aprender sobre o modo como a criança compõe, transforma e reconstrói seus espaços para brincar pode revelar-se a existência de uma inteligência espacial da infância, qualidade esta não apenas subestimada ou ignorada no "mundo dos arquitetos", mas também entre os adultos de uma forma geral. Produzir arquitetura com a criança implica não apenas estar sensível ao que a ela "diz" nas entrelinhas de seus gestos - com as movimentações que provoca nos espaços aparentemente estáticos - incorporando tais elementos à prática projetual. Trata-se, fundamentalmente, de compartilhar esta obra com a criança, reconhecendo-a como parceira e co-autora, e de abrir-se à prática transdisciplinar, trabalhando nas interfaces com profissionais de outras áreas do conhecimento: artistas, educadores, terapeutas. Procuramos mostrar que é possível construir com a criança um diálogo sensível que possibilite a invenção de uma nova linguagem, caracterizada pela fusão entre espírito lúdico infantil e espírito criativo do arquiteto. A esta concepção projetual atribuímos o nome de práticas projetuais e espaciais com a criança, que estão vinculadas às noções de processo, ação e movimento, em contraposição aos projetos para a criança, que priorizam o produto e interpretam a criança como "usuária" de um espaço acabado. Neste contexto, portanto, arquitetura não é mais pensável apenas como objeto, mas principalmente como situação, e somente se realiza pela apropriação e ressignificação cotidianas. Às iniciativas históricas investigadas soma-se a narrativa sobre uma experiência realizada entre 2006 e 2008 com as crianças do assentamento Dom Pedro Casaldáliga do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, em Cajamar-SP, na qual "reconstruímos" os espaços livres a partir da intervenção artística e espacial, da construção de vínculos humanos e de uma relação de aprendizado mútuo entre crianças, moradores, professores, arquitetas, terapeutas ocupacionais e educadoras. A partir da fusão entre prática e reflexão teórica, esperamos poder contribuir para a formação de uma cultura arquitetônica na qual o arquiteto-autor se despeça deste papel e passe a se inserir em uma rede de forças criativas maior, interagindo com a criança na construção de lugares onde seja possível. (AU)

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