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As representacoes temporais na obra de juan rulfo

Processo: 08/55168-5
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Mestrado
Data de Início da vigência: 01 de março de 2009
Data de Término da vigência: 28 de fevereiro de 2011
Área de conhecimento:Ciências Humanas - História - História da América
Pesquisador responsável:Julio Cesar Pimentel Pinto Filho
Beneficiário:Paulo Ferraz de Camargo Oliveira
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):México   Literatura hispano-americana   História latino-americana
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Ficcao E Historia | Historia Latino-Americana | Juan Rulfo | Literatura Hispano-Americana | Mexico

Resumo

Os contos de Chão em Chamas, de 1953, e o romance Pedro Páramo, de 1955, são as únicas obras do mexicano Juan Rulfo (1917-1986), que apesar de concisas, nos legam uma variedade de significados, mesmo tendo sido escritas em uma situação muito particular, o México pós-revolução. Seus textos também se evidenciam por alguns traços muito marcantes e que se repetem, como a robustez do meio ambiente, a falta de caracterização das personagens, a violência permeando a mentalidade e as ações cotidianas, a ausência de um Estado eficaz e provedor do atendimento das necessidades dos indivíduos, mas muito presente nos momentos de repressão, punição e castigos. Através da análise de sua obra, é possível entrever uma visão de Rulfo sobre a impossibilidade do processo de modernização e inserção do México, tal qual saíra da Revolução, no mundo capitalista ocidental. A estruturação narrativa de sua obra impede a realização de um futuro, na medida em que o passado constantemente se sobrepõe a ele e ao presente. Da mesma maneira, a descrição de suas personagens sugere a ausência de quaisquer traços que lhes confiram particularidades, negando-lhes a própria individualidade e implicando em relações humanas distantes, beirando a impossibilidade. Ao fim e ao cabo, os significados simbólicos da obra de Rulfo podem situá-la como uma forte crítica ao estancamento moral e social do povo de Jalisco, que também é o próprio povo mexicano e, no limite, o latino-americano. Serão estudados, tanto os aspectos relativos à historicidade da Revolução Mexicana e suas múltiplas abordagens, como também os aprofundamentos metodológicos acerca da aproximação entre história e ficção e seus cuidados inerentes, evitando incorrer-se em equívocos interpretativos ou simplificadores dessa questão. Sobretudo, a questão dos tempos (histórico, individual e coletivo) será a norteadora da presente pesquisa. A partir de sua obra, será proposta uma interpretação que busque, além do esclarecimento específico sobre as condições sócio-históricas do aparecimento de seus textos, indicações para uma melhor compreensão da relação entre história e ficção. Portanto, definir as relações estabelecidas entre a obra de Rulfo e o contexto sócio-histórico e literário latino-americano, sem que essa relação implique a submissão de um termo a outro, vale dizer, sem que se faça a leitura de seus escritos em função de seu contexto histórico, assim como o aprofundamento de conceitos teóricos essenciais que promovam uma correta abordagem literária considerada como fonte histórica, é o termo dessa pesquisa. (AU)

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Publicações acadêmicas
(Referências obtidas automaticamente das Instituições de Ensino e Pesquisa do Estado de São Paulo)
OLIVEIRA, Paulo Ferraz de Camargo. As representações temporais na obra de Juan Rulfo. 2011. Dissertação de Mestrado - Universidade de São Paulo (USP). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/SBD) São Paulo.