A hermenêutica cética e a pedagogia do olhar na comédia urbana de Honoré Daumier e Weegee.

• Processo: 11/13123-8
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
• Data de Início da vigência: 01 de maio de 2012
• Data de Término da vigência: 31 de janeiro de 2015
• Área de conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Artes - Artes Plásticas
• Pesquisador responsável: Helouise Lima Costa
• Beneficiário: Marcos Tadeu Fabris Gonçalves
• Instituição Sede: Museu de Arte Contemporânea (MAC). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
• Assunto(s): Fotojornalismo História da arte
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: Caricatura francesa | fotojornalismo | História da Arte | Honoré Daumier | Weegee | História e Crítica de Arte

Resumo

Partindo das demandas para a arte moderna codificadas na obra crítica do poeta e ensaísta francês Charles Baudelaire, sistematizadas em seu ensaio O pintor da vida moderna, o projeto que aqui se apresenta pretende comparar uma parcela da obra gráfica do caricaturista francês do século XIX Honoré Daumier com as imagens produzidas pelo fotojornalista norte-americano Arthur Fellig, mais conhecido por Weegee, veiculadas pela imprensa nova-iorquina entre os anos 30 e 40 do século XX. É certo que ambos, em local e momento histórico distintos, realizaram uma radiografia da cidade onde viveram e atuaram profissionalmente, um na Paris do Segundo Império, outro na moderna Nova York. Considerar tanto a avaliação feita por cada artista da paisagem urbana representada como as semelhanças estruturais entre suas obras significa examinar a "documentação" de hábitos, tipos sociais e situações características da vida cotidiana nos grandes centros, sem contudo desconsiderar as articulações formais elaboradas por cada um deles, suas homologias e seu potencial de revelação dos conteúdos sócio-históricos decantados em suas criações. As afinidades eletivas entre os dois artistas explicitam, sim, seu "parentesco artístico", mas sugerem também a existência de uma "família artística" bem maior, ou seja, uma tradição de representação visual que, ao adotar o ponto de vista do excluído, revela aspectos encobertos do processo de modernização pelo qual passaram algumas das mais importantes metrópoles europeias e norte-americanas.