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Norma e uso do subjuntivo na história do português brasileiro: um estudo em peças teatrais (séculos XVIII ao XX)

Processo: 14/02414-0
Modalidade de apoio:Bolsas no Exterior - Pesquisa
Data de Início da vigência: 01 de agosto de 2014
Data de Término da vigência: 30 de junho de 2015
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Linguística - Linguística Histórica
Pesquisador responsável:Rosane de Andrade Berlinck
Beneficiário:Rosane de Andrade Berlinck
Pesquisador Anfitrião: Shana Poplack
Instituição Sede: Faculdade de Ciências e Letras (FCL). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Araraquara. Araraquara , SP, Brasil
Instituição Anfitriã: University of Ottawa (uOttawa), Canadá  
Assunto(s):Gramática   Português do Brasil   Língua portuguesa
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Modo Verbal | Norma | Peças teatrais | Português brasileiro | Subjuntivo | Variação e mudança linguísticas | História do português brasileiro

Resumo

O modo subjuntivo tem sido associado tradicionalmente a noções de (i) possibilidade, probabilidade, dúvida, suposição, (ii) obrigação, necessidade, intenção e desejo. Tais valores são bem conhecidos, fazendo parte de uma tradição gramatical que os mantém conscienciosamente associados ao subjuntivo. Também é bem conhecida, ainda que pouco aceita, a tendência observada no português à substituição das formas de subjuntivo por formas do indicativo, em contextos em que se prescreve exclusivamente o subjuntivo. O tema tem sido objeto de vários estudos recentes, sobretudo dedicados à análise da expressão variável do subjuntivo em sincronias presentes (Almeida 2010; Bittencourt 2012; Callou e Almeida 2009; Domingos 2004; Meira 2007; Neta 2006; Nicolau 2003, Pimpão 1999, 2009, 2012; Ribas e Barros 2013, entre outros). O contraste entre a prescrição e as constatações de estudos descritivos pautados em análise empírica rigorosa ilustra perfeitamente o embate entre 'norma' e 'uso', 'prescrição' e 'prática', que buscamos avaliar, compreender. Poderíamos dizer que um dos objetivos gerais dessa proposta será chegar a uma "norma do uso", contraposta ao "uso da norma". Mas, é importante ressaltar que, para além do mapeamento desse contraste, o que se pretende, em última análise, é mensurar a atuação das forças prescritivas sobre os avanços de um aparente processo de substituição do subjuntivo por formas do indicativo ou do infinitivo. Proponho, então, um estudo sobre o uso variável do subjuntivo no português do Brasil, em uma perspectiva histórica que irá analisar e comparar esse fenômeno em dados oriundos de duas fontes diferentes - peças de teatro (sobretudo comédias) e cartas pessoais, dos séculos XVIII ao XX. A escolha dessas duas fontes atende à busca da variação no texto escrito. A análise empírica será acompanhada de uma meta-análise, que, pelo levantamento de informações em gramáticas e obras similares, fornecerá um quadro de referência da 'norma' ao longo do período analisado em relação ao qual será possível contrapor o(s) 'uso(s)' (cf. Poplack e Malvar, 2007; Poplack, Lealess e Dion,2013).No âmbito dessa proposta mais ampla, o estágio no Sociolinguistics Laboratory, da University of Ottawa, compreenderá principalmente a etapa de análise do fenômeno em estudo em dados provindos de peças de teatro, mas também permitirá discutir os resultados da meta-análise (etapa 1). Para a seleção das peças, privilegiaremos comédias e farsas, aplicando a elas os critérios adotados em Poplack e Malvar (2007) quanto à presença de personagens populares e a características linguísticas próprias de registros menos formais (seleção vocabular, uso de elementos e construções atestadas como inovadoras, relativamente à norma gramatical). Os resultados da análise de dados oriundos das peças teatrais serão contrapostos, em etapa posterior do estudo, à análise de dados obtidos em cartas pessoais. A base teórico-metodológica da pesquisa vem dos princípios e da metodologia da Teoria da Variação e Mudança Linguísticas (Weinreich, Labov & Herzog 1968, Labov 1972, 1994, 2001), e de discussões sobre norma, gênero textual, estilo e registro (Coseriu 1979, Faraco 2008; Bakhtin 1992, Marcuschi 2008; Eckert e Rickford 2001, Biber e Conrad, 2009). A análise de dados seguirá a metodologia variacionista, incluindo (i) o levantamento de uma amostra representativa de dados nas peças de teatro e nas cartas pessoais, com ênfase nos contextos que sofrem algum tipo de avaliação por parte da norma prescritiva, (ii) sua análise segundo os grupos de fatores definidos a partir das hipóteses, (iii) a quantificação dos dados analisados por meio do programa estatístico GOLDVARB (Tagliamonte 2006), (iv) a interpretação dos resultados quantitativos à luz dos pressupostos teóricos que embasam o estudo. (AU)

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