O Romance do Assassino: inovação e descaracterização do gênero policial

• Processo: 14/23908-0
• Modalidade de apoio: Bolsas no Brasil - Iniciação Científica
• Data de Início da vigência: 01 de fevereiro de 2015
• Data de Término da vigência: 31 de janeiro de 2016
• Área de conhecimento: Linguística, Letras e Artes - Linguística - Teoria e Análise Lingüística
• Pesquisador responsável: Arnaldo Cortina
• Beneficiário: Ana Luisa Coletti Ricci
• Instituição Sede: Faculdade de Ciências e Letras (FCL). Universidade Estadual Paulista (UNESP). Campus de Araraquara. Araraquara , SP, Brasil
• Assunto(s): Semiótica Romance policial Policial (gênero) Crime Mistério Narrador Análise de conteúdo Variação linguística
• Palavra(s)-Chave do Pesquisador: crime | criminoso | Detetive | mistério | romance do assassino | romance policial | Semiótica francesa

Resumo

Este projeto de pesquisa tem como objeto de estudo uma vertente do romance policial, que chamamos de "romance do assassino", cuja trama é narrada em primeira pessoa pela personagem que desempenha o papel de criminoso. Nesta pesquisa, serão estudadas as características do romance policial para, posteriormente, analisarmos a relação do "romance do assassino" com o gênero do qual é oriundo, seus impactos nesse gênero e quais as inovações que essa vertente trouxe para o romance policial/detetivesco dos séculos XX e XXI. Além disso, analisaremos os efeitos de sentido produzidos por um romance policial cujo narrador é também o assassino. Serão estudadas, sob a perspectiva da semiótica discursiva, as seguintes obras: O assassinato de Roger Ackroyd, de Agatha Christie; Bufo & Spallanzani, de Rubem Fonseca; Nêmesis, de Anna L. C. Ricci. Esta pesquisa pretende mostrar o quanto o "romance do assassino" transgrediu as regras do romance policial tradicional ao atribuir a um narrador-personagem a função de apresentar a história e de cometer o crime que a faz acontecer. O romance do assassino ainda traz a fórmula proposta por Edgar Allan Poe de detetive/investigador - crime - assassino/criminoso, que será explorada ao longo da pesquisa, contudo, transgride suas regras e aprimora os efeitos de sentido de expectativa e suspense provocados no leitor. A narração é muito mais ludibriadora para o leitor do que verdadeira com relação aos fatos, que são moldados de acordo com as intenções do narrador-assassino de esconder sua culpa.