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O imaginário urbano, portuário e popular do litoral subpanamenho: literatura, habitar e 'poética da fronteira'

Processo: 15/03762-4
Modalidade de apoio:Bolsas no Brasil - Pós-Doutorado
Data de Início da vigência: 01 de julho de 2015
Data de Término da vigência: 30 de junho de 2016
Área de conhecimento:Linguística, Letras e Artes - Letras - Literatura Comparada
Acordo de Cooperação: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES)
Pesquisador responsável:Marcos Piason Natali
Beneficiário:Marco Antonio Chandía Araya
Instituição Sede: Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH). Universidade de São Paulo (USP). São Paulo , SP, Brasil
Assunto(s):Cidades   Portos   Habitat   Crítica literária   Equador   Peru (país)   Chile   Colômbia
Palavra(s)-Chave do Pesquisador:Cidade e literatura latino-americana | Equador | Habitar espaços de fronteira | Imaginário urbano-portuários | Literatura de Colômbia | Peru e Chile | Registros escriturales e estético-literários | Teoria y crítica literária latino-americana contemporânea | Literatura Latino-americana contemporânea

Resumo

Tentamos criar uma "poética da fronteira subpanamenha", isto é, um imaginário que recrie a forma como o mundo popular habita o porto, em especial o do Pacífico ao sul do Panamá até a Patagônia chilena. Para tanto, utilizamos dois campos epistemológicos que se encontram estreitamente ligados. O primeiro, o da multidisciplinaridade dos estudos latino-americanos, brinda-nos com as noções básicas que constróem um modelo de cidade regional e, mais especificamente, o modo no qual a cidade-porto se habita. Um habitar de caráter relacional, construído entre os marcos referenciais do "focus" (luz e calor) ancestral e da megalópole da globalização pós-moderna. A dialética da modernização do século XIX criou esta cultura urbana, portuária e popular que tensiona estes paradigmas do habitar, na medida em que recupera os vínculos com este lar remoto e restabelece um diálogo com o meio natural, a modo de um "habitar poético". Perante a ameaça metropolitana, esta cosmovisão defende um vitalismo que determina uma nova (e tradicional) forma de estar-no-mundo.Este vitalismo do habitar se funde, entre outras múltiplas expressões, em modos escriturais que para a sua análise requerem uma adequada teoria crítica literária, segundo saber epistêmico. Quando esta escritura, em seu desenvolvimento, do relato de viagem à atualidade, cria um imaginário, ele revela não apenas este habitar, mas também o processo moderno, complexo e contraditório que o discurso literário assume. Trata-se de uma dupla tarefa: outorga um "espessor" poético a estas manifestações e exige, pelo caráter histórico em que se desenvolve, um enfoque alternativo para estudar todo o processo literário. E ao estar mais ligada à oralidade que ao universo letrado, é uma escritura cuja pertença é o falar a partir da fronteira: espaço de criação a contrapelo dos modos de produção relacionados com as hegemonias do mundo editorial, acadêmico e em geral urbano, burguês e intelectual que, em conjunto, instalam o cânone tradicional. Aqui, são oferecidos um corpus, um modo de ler e uma concepção de literatura distintos. Isto porque o referente e a enunciação são distintos, e não podem deixar de sê-lo: respondem a estratégias de reapropriação das que reclamam e propõem, por sua vez, a destituição/restituição do homem. Mas não para instalar um modelo único que desloque o existente, mas para que a partir desta outra lógica da fronteira, se restitui e se atualize; como o cânone, que não desaparece: mas que se renova e fortalece. Sucede o mesmo com a literatura e com os projetos que buscam configurar uma noção de "o" latino-americano. Este universo cultural subpanamenho ensaia um discurso inclusivo com a complexa realidade que habita as margens dos centros dirigentes de poder. Dá voz e visibilidade a estes espaços que não são as cidades capitais, nem do Pacífico, nem do Atlântico Sul, mas portos cujos desenvolvimentos foram freados pelas modernizações aceleradas e, em especial, pela abertura do Canal do Panamá, trazendo com isso o descaso perante um poderoso capital sociocultural. Um impulso vital que, não obstante, não desaparece: segue vigente, se reconstrói e se recria a partir de sua cotidianidade. É o que se busca demonstrar por meio de um corpus, em geral "mal lido" nos centros de estudos literários da região, na medida em que não atentam para a complexa e contraditória heterogeneidade do processo de produção em que surgem. De tal modo que este é um trajeto de leitura que cobre, representativamente, seis portos, dez obras e dez autores, e que avança projetando-se rumo a uma "poética da fronteira", isto é, um discurso que se pronuncia acerca do modo de ler a literatura e a crítica literária latino-americana das últimas décadas. (AU)

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